«I- Quem o diria, Berenice?... Sim, porque quando tu nasceste eu já não era um adolescente: -- já tinha realizado aspirações, sofrido desilusões... / Mário d'Albuquerque calou-se por momentos: -- como se o sufocassem as recordações da sua mocidade já longínqua: -- dessa mocidade que já se perdia num céu de olvido e tristeza.» Eduardo Frias e Ferreira de Castro, A Boca da Esfinge (1924)
«Permiti-me observar-lhe que estranhava, porque a arte dos que escrevem em "Orpheu" sói ser para poucos. Ele disse-me que talvez fosse dos poucos. De resto, acrescentou, essa arte não lhe trouxera propriamente novidade: e timidamente observou que, não tendo para onde ir nem que fazer, nem amigos que visitasse, nem interesse em ler livros, soía gastar as suas noites, no seu quarto alugado, escrevendo também.» Fernando Pessoa, Livro do Desassossego por Bernardo Soares (póst., 1982)
« -- Demoro-me pouco... palavra! Cursos de milicianos... Moeda fraca! Para a infantaria, três meses. Se não fecharem os concursos para secretários-gerais, então aproveito. Bem sei que há só três vagas mais de cem bacharéis à boa vida... Mas não tenho medo das provas. Bastam algumas semanas para me preparar a fundo... rever a legislação.» Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal (1944)
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1 comentário:
«Sem base pertinente, se apontou ainda Alenquer como terra natal de Luís de Camões. O único argumento, tão valioso como o facto das duas sílabas finais de Setúbal provarem de sobejo que foi Tubal, neto de Noé, o fundador desta cidade, é falar algumas vezes na curiosa vila. É possível que na comarca tenha passado o degredo. Com simpática lembrança alude nos Lusíadas a
"...Alenquer, por onde soa
O tom das frescas águas entre as pedras
Que murmurando lavam..."
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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