«Uma manhã de Agosto, azul e soalheira, morreu na frondosa Quinta da Roca esse homem birrento e astuto cuja voz abalava os ecos! / Jamais os servos, constrangidos, entenderiam, como um clamor de combate, a ordem imperativa de que se servia para os pedidos mais triviais, por exemplo, aquele formidável berro com que era de uso mandar vir -- um copo de água...» José Dias Sancho, Bezerros de Ouro (póst., 1930)
«Principiara, parece, uma chuva invisível e contínua... Eu sentia-me tão frouxo que entrei no primeiro café cuja mancha luminosa esparrinhava nas pedras molhadas. Fui contra um criado que andava de cá para lá.» José Régio, Jogo da Cabra Cega (1934)
«As paixões dormem, o riso postiço criou cama, as mãos habituaram-se a fazer todos os dias os mesmos gestos. A mesma teia pegajosa envolve e neutraliza, e só um ruído sobreleva, o da morte que tem diante de si o tempo ilimitado para roer.» Raul Brandão, Húmus (1917)
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1 comentário:
«O berço em si não confere qualidades particulares ao homem. Basta saber-se que nasceu em Portugal, o mais é competição de campanário. Mas os bairristas, escavadores de lápides, transformaram este caso em problema que se pluralizou. Nasceu em Lisboa? Em Coimbra? Em Alenquer? Em Santarém?»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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