«Do alto daquela Torre. outrora de menagem, estendia-se um país inteiro, seiva virgem de uma nação. Toda a História se abria com a paisagem. Que importava que a Moutosa ficasse ali, riba acima, a vila de Serzedelo mesmo naquele rincão apetitoso de verdura e, lá em baixo, calão, e adormecido, o Lima.» Ruben A., A Torre da Barbela (1964)
«I parte - A provação - I. O comboio do sul parou na pequena estação sòzinha, perdida no descampado, entre grandes searas verdes já espigadas. Padre Dionísio, moço e ágil, saltou da 3.ª classe, poisou no chão a leve mala de viagem e olhou em roda, à espera que alguém se lhe dirigisse.» Manuel Ribeiro, A Planície Heróica (1927)
«Forçado a deter-se, ele regava, à esquerda e à direita, rudes pedras, velhos castanheiros, velhos cunhais, mas fazia-o alegremente e com o visível modo de quem leva pressa. Em seguida, voltava a correr no faro do seu dono. Cada vez o sentia mais perto e cada vez era maior o seu alvoroço. Por fim, lobrigou-o.» Ferreira de Castro, A Lã e a Neve (1947)
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«Sem dúvida alguma, foi aquele folhetinista de fértil imaginação quem endossou ao poeta uma encarnação que até ali não era a mais aceite nem a que compartilhava o consenso dos letrados. Mediante a sugestão duma leitura fácil e envolvedora, criou um tipo e conseguiu que os mestres-escolas e os historiadores do poeta, provavelmente abeberados do romance, quando suas mentalidades se encontravam no período de formação, o aceitassem como tal e não quisessem vê-lo doutro modo.»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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