quarta-feira, julho 31, 2024

duas ou três coisas que têm de ser ditas sobre o Hamas, dirigidas à cabeça de alguns atrasados mentais do chamado centro-direita

Não sei se Ismaiyl Haniyeh, hoje abatido em Teerão pelos israelitas, era do lado moderado do Hamas, como agora muitos dizem, ou não. O que sei, ou julgo saber, é o seguinte.

Em 2007 (como então escrevi), houve uma possibilidade de o Hamas reconhecer as fronteiras de Israel de 1967, tal como o havia feito a OLP. Claro que foram ignorados e rechaçados (e já agora mantidos no lúmpen paraterrorista de onde nunca saíram). Nem os Estados Unidos, presididos pelo anedótico W., numa administração de assassinos ou carreiristas, ou a Grã-Bretanha, com o recém empossado coninhas Gordon Brown (que faz lembrar muito o actual Starmer), a dar asas diplomáticas ao criminoso de guerra Blair, permitiriam outro desfecho. Uma das muitas oportunidades perdidas para a paz, que parece cada vez mais distante.

Hanyieh podia ser líder de uma organização político-militar confessional sectária; e era. Podia ser um criminoso de guerra, e era, como são todos os que atacam civis; mas independentemente disso era o líder de uma facção palestina que luta contra a ocupação do seu país, alvo de terrorismo de estado.

Para os retardados, tão lestos em vociferar contra o Hamas, e tão contidos em condenar Israel, eis o seguinte;

1. O Hamas não é um grupo terrorista -- ou é-o tanto como o foram o PAIGC, o MPLA e a FRELIMO -- ou seja é um grupo insurgente que luta contra a ocupação estrangeira do seu território, recorrendo, por vezes, a acções terroristas, aliás imperdoáveis, como as dos ataques aos kibutz em 7 de Outubro de 2023, com a chacina que se conhece.

2. O estado de Israel é dirigido por terroristas, e por um primeiro-ministro que é também um vulgar vigarista de delito comum. A barbárie de uns não absolve ou justifica a barbária de outros. Qualquer analista ou comentador que não se apresente isento, independentemente de maior ou menos simpatia por um dos lados, não passa de um vulgar charlatão.

3. Tenho visto alguns dos pobres pivôs da CNN-Portugal (o canal noticioso menos mau, excluindo o Now, que ainda vejo pouco), tenho visto e ouvido parte daquelas verduras classificar o Hamas como terrorista. Estes meninos mereciam orelhas de burro, e talvez os professores de "comunicação social" das universidades que frequentaram. Quem designa o Hamas como terrorista são os israelitas, americanos e respectivos aliados; países do próximo e médio-oriente, a começar pela Turquia, não os designam assim. A estes meninos deveria ensinar-se-lhes de uma vez por todas que, por uma questão de compostura, não podem chamar terroristas nem ao Hamas nem já agora ao governo israelita, uma vez que isso significa tomar partido por um dos lados. E o papelito do pivô, por exemplo, não é esse.

4. Para alguns observadores: independentemente de uma maior ou menor ocorrência por cá dessa coisa estranha que dá pelo nome de antissemitismo, classificar como tal todos quantos criticam o governo criminoso de Israel é demonstração pura do seu analfabetismo funcional -- ou então, uma vez mais, da sua charlatanice. 

2 versos de Fernando Jorge Fabião

«Ceifaram rente os campos / agora, é mais cruel a solidão do vento.»

Nascente da Sede (2000)

terça-feira, julho 30, 2024

Bob Seger, «Good for Me»

4 versos de Carlos de Oliveira

«Meu corpo já não tem gritos. / Meu corpo já não tem voz / -- mataram-na os chicotes / na carne dos meus avós.» 

Turismo (1942)

à espera de Celso Amorim

Sobre as eleições da Venezuela, importa-me saber o que dirá o embaixador Celso Amorim, enviado de Lula às eleições. E o que já disse: a divulgação dos resultados, como pediu a ONU e creio que também o Centro Carter, presente a convite do governo de Caracas. 

O que mais importa agora é o que dirá Celso, ou seja, Lula, ou seja o Brasil. 

segunda-feira, julho 29, 2024

Helmerson & Järvi, Pro et Contra para violoncelo e orquestra (Arvo Pärt)

2 versos de Sebastião da Gama

 «Em tudo, ó Companheira, / a nossa casa é bem a nossa casa.»

Pelo Sonho É que Vamos (póst., 1953)

soltar a franga em público, e obrigarem-nos a ver...

Percebi que houve celeuma na abertura dos Jogos Olímpicos, dragqueens recreando a Última Ceia, ou coisa do género. Não sei se é grande ou pequena, a celeuma. Eu, que detesto religiões e igrejas (olho para a Católica, em que me criei, como para os Jerónimos: património, nada mais -- e já é muito), abomino também a promoção kitsch do travestismo e outras aberrações do mesmo género.*

Por mim, podem desenhar o Maomé em cópula com JC, que está tudo muito bem -- há muito mais de um século que Nossa Senhora aparece a fazer mamadas em gravuras licenciosas, mas eh pá!, não nos entrem em casa sem serem convidados!  Cada um deve ser livre de usar e gozar o seu corpo como quiser; mas esta bichice parola que é promovida urbi et orbi, numa espécie de programa de grande reeducação das massas alvares, não traz grande futuro para eles. (Estou a imaginar o povo a ver, no Sudão ou em Sernancelhe...)

Há dias, numa entrevista anódina, um dos seus gurus activistas dizia que andar de mão dada na rua é que era, para que os outros se habituassem. Até posso perceber, cansaram-se de ser perseguidos e humilhados, e agora alguns querem a desforra. Contam para isso com a protecção do Legislador, na urdidura da repressão. Uma urdidura, de resto, que vai muito para além da defesa da integridade física e psicológica deste segmento da sociedade; mais que isso, atravessou a fronteira da repressão, com as suas interdições e as suas penalizações. Não sei se será a melhor estratégia.

Estes idiotas não estão a promover a "tolerância", mas a manifestação do asco que inspiram com a sua exuberância e estética-piquenicão...  Em vez de compostura, soltam a franga em público e obrigam todos a ver.  Resultado: aí têm a reacção a chegar ao poder. Agora entretenham-se.

*Não incluo aqui a questão clínica e patológica da verdadeira transexualidade, que é um assunto sério e grave.


Em tempo: 30/7 - afinal nem era A Última Ceia, mas uma cena báquica. Que falta de paciência...

domingo, julho 28, 2024

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Cat Stevens, «Longer Boats»

2 versos de Camões

«Que se espalhe e se cante no universo, / Se tão sublime preço cabe em verso.» 

Os Lusíadas, I-5 (1572)

sábado, julho 27, 2024

2 versos de José Régio

 «Sou de longe e vim de longe, / para longe é que me vou...» 

As Encruzilhadas de Deus (1936)

sexta-feira, julho 26, 2024

Frank Sinatra, «Fools Rush In (Where Angels Fear to Tread)»

ucraniana CCLVIII - até quando vai a Rússia fingir que não percebe?

Para ludíbrio da opinião pública europeia, a UE, pôs-se ao lado da "Ucrânia", assumindo a Rússia como ameaça -- quando é a Rússia a ter todas as razões para se sentir ameaçada, não apenas pelo cerco das bases da Nato, a instigação de "movimentos populares" na própria Rússia e nos países vizinhos e aliados (Geórgia, Cazaquistão, Arménia e no seu interior), sem falar numa poderosa animadversão relativamente ao conservadorismo patriótico e antiwoke de Putin, promovida pelos massmérdia globais, que se permitem endoutrinar e manipular os gentios.

Na realidade, a UE criou um inimigo, ao posicionar-se com toda a cobardia que lhe assiste, toda a subserviência e, eventualmente, com as pretensões de expansionismo económico a leste por parte da Alemanha, levando a França pela mão, ao pôr-se sob as ordens da rapacidade americana, e do seu cão-de-fila, que dá pelo nome de Inglaterra. 

Liderada, aparentemente, por uma sargentona que faz o trabalho sujo dos americanos, enquanto que Scholz não passa de um pobre espartilhado entre coligação governamental e o dono do outro lado do Atlântico (veja-se como não tugiu nem mugiu quando lhe rebentaram com os gasodutos), parece que o gamanço à descarada de dinheiro russo já começou, o que é mais um acto hostil.

Temos todos tido sorte até agora, e espero que continuemos a tê-la, por a Rússia continuar a fazer de conta que não percebe os actos hostis do Ocidente. Porque, obviamente, não lhe interessa nada elevar o patamar; e, por outro lado, com mais ou menos dificuldade, está a fazer colapsar militarmente a Ucrânia, apesar do envolvimento directo do Ocidente na guerra.

Até quando vai a Rússia fazer-se de desentendida ou desvalorizar os actos hostis dos seus inimigos? Esperemos que assim continue sempre, pela nossa saúde.

O meu maior receio é que com a previsível vitória de Trump, o conglomerado militar-industrial que se alimenta destas guerras, avance rapidamente por forma a deixar ao novo inquilino da Casa Branca um situação de facto consumado. Para isso, tem -- a começar pela governanta Ursula -- a boa colaboração da criadagem da UE, a mesma que fez teatro com a Rússia nos nado-mortos Acordos de Minsk.

2 versos de Carlos Queirós

«Eu era, nessa noite, uma nuvem errante, / Muito leve, a pairar sobre um mar em procela.» 

Desaparecido (1935)

quinta-feira, julho 25, 2024

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3 versos de Alberto de Lacerda

«Ontem e ontem choveu / e não consegui sair / do sonho que Deus me deu...» 

77 Poemas (1955)

um criminoso de guerra, assassino de crianças e velhos, ovacionado de pé

no congresso americano, Netanyahu, pois claro Nenhuma admiração com o facto, atendendo ao longo cadastro do nosso poderoso aliado; mas é só para ficar registado, quando os patetinhas que nos governa(ra)m nos vierem falar em ucrânias, direitos humanos, liberdade, fronteiras, Direito Internacional, democracias iliberais e toda a conversa para atrasadinhos que nos servem de manhã à noite. Sobre a verdadeira natureza das administrações americanas e sobre o papel que têm tido nas relações internacionais, só se deixa enganar quem quer. É escusado virem falar de putins e outros orbáns. A América é isto. Não é só, mas em dominação imperial é basicamente isto. Por isso eu gosto tanto que a velha Rússia e a velha China ponham em sentido estes bárbaros, estes flibusteiros. Há muito tempo que não via em política nada de tão degradante.

quarta-feira, julho 24, 2024

4 versos de Carlos de Oliveira

«O sol e a selva / sem destroços. // -- A vida é fome / à flor dos ossos.» 

Turismo (1942)

terça-feira, julho 23, 2024

Thelonious Monk, «Bye-Ya»

ucraniana CCLVII - Arnaut e Isidro, a minha concordância com ambos; mas um pouco de coerência é precisa desse lado

Nesta guerra cuidadosamente preparada pelos Estados Unidos contra a Rússia tento ouvir, de vez em quando os militares que estão do lado de lá, ou seja do conglomerado CIA-Pentágono, aka Estados Unidos da América. Eles lá têm as suas razões como eu tenho as minhas; no entanto, ao contrário da maior parte dos pobres académicos das RI e do Direito Internacional, que não percebiam nada do que se estava a passar, em 2022, os militares sabiam e sabem-no muito bem.

Foi por isso divertido ouvir, na passada sexta-feira, a propósito da previsível eleição de Trump, o seguinte:

1) De manhã, na Rádio Observador, o general Arnaut Moreira sai-se com esta: não pense Putin que com Trump serão favas contadas, uma vez que o homem é imprevisível, e tanto pode cair para um lado como para o outro. 

Fiquei sonhador... Então o Trump não era uma marioneta do Putin, que este fizera eleger?... Em que ficamos?

2) À noite, talvez já na madrugada de Sábado, o general Isidro Morais Pereira, comentando também a possibilidade de novo-velho inquilino na Casa Branca, a partir do ano que vem, defendia que não será nada fácil a Trump inflectir o caminho já percorrido, dado o poder fortíssimo (creio que foi assim que classificou; não juro, mas a ideia é essa) do complexo militar-industrial norte-americano o tornaria muito difícil

Fenece-me o entendimento. Então também o general Isidro aponta o conglomerado militar americano -- que nós, radicais-e-mais-não-sei-o-quê  acusamos como principais fautores do belicismo americano -- como um factor importantíssimo na continuação da guerra?...

Quando convém, Trump passa de títere a enfant terrible; já o altruísmo americano, que no fundo no fundo só quer ajudar a Ucrânia a livrar-se do urso russo, e todos os biliões de dólares que generosamente os Estados Unidos dão e emprestam ao país para comprar o seu armamento -- com a aquiescência bovina da União Europeia -- afinal, afinal os americanos são uma cambada de interesseiros, que põem o país a ferro e fogo para salvá-lo dos russos, é claro, mas não devemos esquecer que o interessezinho da indústria de armamento tem de ser levado em conta; e é-o de tal maneira que nem o futuro presidente, o horrível e imprevisível Trump terá força suficiente para domá-los.  Ah, pois é...

Suponho, pois, que, de acordo com o nosso general, a saga da emancipação dos ucranianos continuará, mesmo que à custa da Ucrânia e dos ucranianos, sem esquecer os onagros da UE. É sempre bom ouvi-los, de vez em quando.

PS - Ah, e claro!, a Nato avançar para as fronteiras russas com a cia a desestabilizar e a criar "revoluções" no interior, isso é tudo teoria da conspiração, é claro. Afinal, há lá coisa mais bela que a democracy, que o digam os iraquianos, os palestinos e os reféns israelitas. 

5 versos de José Pascoal

«Declaro os frutos, / Abertos ao meio / Na paisagem mordida, / No terreno agreste / Do teu corpo,»

Sob Este Título (2017)

segunda-feira, julho 22, 2024

Duke Ellington, «Sophisticated Lady»

1 verso de Sebastião da Gama

«Tenho-te onde estou.» 

Pelo Sonho É que Vamos (póst., 1953)

"foi desistido"

Biden não desistiu, "foi desistido", como disse com grande frescura o general Agostinho Costa, quebrando o nauseante consenso de elogio fúnebre no painel onde estava, como de costume; não sem ante corrigir o coisinho que moderava -- que não resistiu a ser saliente, antes de interromper o debate para publicidade*, retomando-se a emissão com outras coisas, ao contrário do que, nós telespectadores, esperávamos. Levantei-me e fui-me embora.

* Publicidade insuportavelmente morosa, mas ter o general Agostinho a comentar, é no que dá. As pessoas querem ouvi-lo, não especialmente para vê-lo a dar baile a muitos dos colegas de painel, mas porque se sabe que ele sabe do que está a falar -- e não apenas de questões estritamente militares.   

domingo, julho 21, 2024

o sofrimento é sempre único

A realidade ultrapassa a ficção, diz o lugar-comum., que por sê-lo, não deixa de corresponder à verdade.

Sobre os campos de concentração nazis e o terror sádico e insano que neles imperava, a documentação de todo o tipo é felizmente abundantíssima, em boa parte graças à anormalidade maníaca dos nazis em tudo registar. Apesar disso, cada testemunho é individual e irrepetível, E então tudo volta a ser novo; e o estupor causado pela insânia do mal fere-nos quase como se fosse a primeira vez.

O Fotógrafo de Mauthausen, relata-nos a história do catalão Francesc Boix (1920-1951), um dos muito exilados políticos, que após a derrota na Guerra Civil de Espanha, estiveram concentrados em campos de prisioneiros na França republicana... Milhares foram entregues aos alemães, ficando marcados como "apátridas espanhóis".

Foix que se iniciara na fotografia com o pai, e muito jovem ainda fizera registos da guerra no seu país, foi, neste campo de concentração austríaco "aproveitado" como assistente dum maníaco oficial SS que, sendo professor de artes na vida civil, tinha pretensões artísticas muito peculiares, nomeadamente a da estilização da morte: fotografava cadáveres de prisioneiros, assassinados das mais diversas maneiras, compondo depois as posições do corpo em poses, digamos, mais dramaticamente artísticas. Paul Ricken chamava-se este dejecto, que embora condenado a prisão perpétua, foi solto na década seguinte.

Um dos grandes cometimentos de Boix, foi o de, podendo dispor do acesso aos laboratórios, ter passado clandestinamente vinte mil fotografias -- das quais apenas mil se encontraram até hoje -- que provassem o delírio infernal que ali se viveu. Acresce que na própria Espanha, até há pouco, a transição imposta pelo franquismo, implicando uma esponja no passado fétido de terror e morte infligido aos derrotados, fez com que esta realidade de milhares de espanhóis presos e mortos nos campos de concentração nazis fosse assunto atirado para trás das costas, em especial o de Boix -- o único espanhol a testemunhar no Julgamento de Nuremberga --,, não fora o contributo destes autores de BD espanhóis -- Salva Rubio (argumento), Pedro J. Colombo (desenho) e Aintzane Landa -- contributo contra o esquecimento.

Voltado ao princípio: podemos julgar saber tudo; e mesmo que assim fosse, o testemunho individual do sacrifício será sempre único, intransmissível e imprescritível.  

O Fotógrafo de Mauthausen. de Salva Rubio, Pedro J. Colombo e Aintzane Landa, Lisboa, Gradiva, 2024.

Registo:

Ilíada vol. III -- A Queda de Tróia, de Clotilde Bruneaux e Pierre Taranzano;

Mussolini, de Blengino, Goy, Meloni e Brice

(nota: livros enviados pela editora).

os Estados Unidos desconjuntam-se, e parece irreversível

Há dias, um pequeno escândalo com uma jovem cantora country, a cantar embriagada o hino nacional, enquanto os jogadores de baseball levavam a mão direita ao coração -- manifestação de patrioteirismo saloio --, é apenas um dos muitos indícios de como tudo aquilo se está a desconjuntar. 

Sim, os Estados Unidos têm coisas óptimas, uma das quais é a relativização do peso da religião no conjunto da sociedade; sim, têm grandes universidades (melhor fora), estando longe de ser os únicos; têm plena liberdade de expressão, enquanto ela não for ameaçadora dos interesses instalados; têm uma pujante cultura, mesmo que ameaçada pela censura woke que campeia nos media de massas e nas universidades. 

Em suma, têm tudo o que muitos outros países possuem, e têm também coisas péssimas, para além do imperialismo de rapina, a pior das quais parece que lhe foi constitutiva; o poder do dinheiro, em que tudo se compra e vende -- a começar pelo Poder --, nada estando a salvo do instinto de rapina e ganância. 

Antes de ser-se cidadão, nos Estados Unidos é-se consumidor. As baixas do capitalismo selvagem em que aquele horror se exerce não tem limites, e estende-se a tudo. A crise do subprime de 2008 não foi mais do que a repetição da crise de 1929, em menor escala. Tudo se vende, tudo se compra; tudo se justifica para ganhar mais dinheiro, ou gastar menos. Até ao grotesco -- como a história de Ivana Trump, a primeira mulher do ex e futuro presidente, ter sido enterrada junto ao buraco n.º 1 de um campo de golfe, por razões fiscais lá muito deles

É a ganância que comanda aquela sociedade doente, com a maior população prisional do mundo, e tudo, tudo, é um alvo: os indivíduos, as famílias, as crianças. O escapismo é sempre possível para estes desgraçados: as seitas religiosas, o gangsterismo ou todo o tipo de adições, induzidas subrepticiamente ou à descarada.

Frequento diariamente um café que está sempre ligado a um desses canais de música non stop da grande indústria do entretenimento. A forma como ali os adolescentes são um alvo, em que outros adolescentes ou jovens adultos servem de isco, é algo de escabroso.

Significa isto que tenho alguma atração pelo estatismo de feição chinesa? Não. Mas dispenso os filisteus que são muito lestos a cantar hossanas à democracy na América, especialmente quando não passa de uma superpotência criminosa, como se vê com a guerra que causaram na Ucrânia -- e que já perderam, podem os ucranianos estar-lhes gratos -- ou o apoio e cobertura à acção do governo criminoso de Israel.

Serviço público: a crónica de Viriato Soromenho Marques, no Diário de Notícias  de ontem; e um áudio sobre Noam Chomsky  que me apareceu agora no YouTube, parecia que estava a adivinhar

2 versos de António Jacinto

«O meu poema nada sabe de si / nem sabe pedir» 

Poemas (1961)

sábado, julho 20, 2024

4 versos de Luísa Dacosta

«Não sei tecer / senão espumas, / nuvens / e brumas.» 

A Maresia e o Sargaço dos Dias (2011)

sexta-feira, julho 19, 2024

Bob Seger, «Against the Wind»

2 versos de Fernando Jorge Fabião

«Não sei acender um fósforo / contra o vento.»  

Nascente da Sede (2000)

quinta-feira, julho 18, 2024

mas o que quer a taralhouca da von der Leyen?

Agora, que o patifório senil Biden está a ir borda fora, a bem ou a mal (ou pelo voto), e Trump a combinar com os russos o que for do interesse dos EUA, está esta incompetente a fazer voz grossa para quem, se nem a Orbán mete medo, quanto mais a Putin? E quem encomenda o sermão a esta criatura, que age como se fosse líder da Europa, quando só parece ser líder de António Costa e do rebanho que nos representa em Bruxelas, com a excepção honrosa de João Oliveira (com Catarina Martins a Tânger Correia a absterem-se envergonhados na condenação da Hungria, que não está para ser joguete)?
Em tempo: entretanto eleita, vamos ver os contorcionismos que farão no quarteto se não quiserem imbecilmente ir para a guerra com a Rússia. Creio que o servilo-mercenarismo não irá tão longe.

3 versos de Rui Knopfli

«Chamais-me europeu? Pronto, calo-me. / Mas dentro de mim há savanas de aridez / e planuras sem fim»

O País dos Outros (1959)

quarta-feira, julho 17, 2024

Cat Stevens, «But I Might Die Tonight»

não ocorreram as palavras 'Ucrânia' e 'Palestina' no discurso de Montenegro,

notou Rui Tavares, padecente de antiputinismo primário e americanismo suspeito ("defender a Ucrânia!, não é?). Não fala o PM na Ucrânia, a não ser indirectamente, porque sabe que esta é um buraco onde nos deixámos meter, e de onde sairemos sempre derrotados, com ou sem guerra com a Rússia -- aliás a dimensão da derrota do Ocidente, não havendo uma guerra de destruição mútua assegurada, só irá depender da generosidade, boa-vontade e dos interesses da Rússia, se tiver uma posição mais ou menos maximalista, e também, é claro de quem for e como se comportar o interlocutor em Washington.. Só me aborrecem os cobardes que sabem isso e não o dizem. 

E não fala na Palestina, certamente por vergonha e para não desagradar aos americanos.

1 verso de José Agostinho Baptista

«depois do sol tu vinhas.»

Deste Lado Onde (1976)

terça-feira, julho 16, 2024

Takuo Yuasa, Collage über B-A-C-H: Toccata (Arvo Pärt)

o nada de Ventura replica o nada do Conselho de Estado: a Ucrânia prevalecerá, lará, lá lá?...

Parece que o tema da reunião do Conselho de Estado foi a discussão da situação da Ucrânia; parece também que muito aprofundada, segundo Ventura: «"Correu tudo bem. Acho que é importante notar que em temas essenciais temos um alargado consenso no sistema parlamentar português, como é este caso da guerra da Ucrânia", declarou o presidente do Chega»

É isto que se diz sobre a situação mais perigosa que o mundo vive desde a crise dos mísseis de Cuba, sem grande paleio porque as massas, os tais melhores dos melhores, segundo Marcelo, em tempos, estão mais interessadas na pré-época, pois então, Benfica-Celta de Vigo, etc. 

O que vale é que com a direcção política que o país tem (ver Viriato Soromenho Marques, serviço público em atraso, mas sempre a tempo), o que vale, o que vale é que para a UE, para a Nato, para o resto do mundo e também para alguns portugueses, reunir-se o Conselho de Estado ou a Academia do Bacalhau, vai dar no mesmo. Podem pois manter tudo secreto, que não há paciência para ler inanidades ou as angústias sobre a embrulhada em que se (e nos) meteram.

Ao mesmo tempo, o pária Orbán, bête-noire dos wokes, primeiro-ministro de um país de dez milhões de habitantes -- o mesmo que nós, mas sem um décimo da nossa potencial influência global, se tivéssemos estadistas e não bonecos que dizem querer derrotar a Rússia ou que a Ucrânia prevalecerá, lará, lá lá -- ao mesmo tempo Orbán diz isto, por muito que pese aos proxies de Bruxelas. 

2 versos de Camões

«Dai-me ua fúria grande e sonorosa, / E não de agreste avena ou frauta ruda»

Os Lusíadas, I-5 (1572)

segunda-feira, julho 15, 2024

a propósito de OS CANIBAIS, de Álvaro do Carvalhal

Releio Os Canibais, de Álvaro do Carvalhal (Padrela, Valpaços, 1844 - Coimbra, 1868). É um daqueles muitos cuja morte precoce, trazida pela doença, foi um desperdício -- Cesário Verde, António Nobre, José Duro; mas também Henrique Pousão e Amadeu de Sousa-Cardoso, na pintura; António Fragoso, extraordinário compositor. 

Os Canibais, que abre o volume póstumo de Contos (1868), embora seja apontada como obra-prima do gótico português, não creio que a sua sobrevivência se deva particularmente à definição como narrativa de terror, aliás bastante chocarreiro, antes aos atributos estilísticos do escritor, e um tipo de narrador intrometido, sentencioso, por vezes cheio de boa disposição, à maneira de Garrett ou sarcástico como Camilo, que certamente conhecia bem, culto e lidíssimo que era, como se comprova pelos apartes do referido narrador, por vezes com uma ironia de que não desdenhariam Machado de Assis e Eça de Queirós -- espírito crítico que transborda sem afectação ou aspereza inútil, porém frontal e assertivo, ou não estivera ele ao lado de Antero na Questão Coimbrã.  

2 versos de A. M. Pires Cabral

«Aceitará sem rancor o que o destino / quiser fazer dele.» 

Caderneta de Lembranças (2021) 

domingo, julho 14, 2024

quadrinhos


 

4 versos de Antero Abreu

«Porque o sentimento inventa / O vento / O sentimento / Mente.» 

Poesia Intermitente (1987)

serviço público

 Carlos Matos Gomes, «A Cimeira da Guerra e Duas Mulheres».

sábado, julho 13, 2024

ucraniana CCLVI - o humor involuntário da desinformação

Não obviamente as gaffes de Joe Biden, que o espectáculo informativo explora até à exaustão, mas na própria tragédia da guerra. E não estou a falar também do chamado "ataque ao hospital", um óbvio dano colateral de um alvo militar russo ou da antiaérea ucraniana -- cujo número de mortos oscilaram entre 140 e 2... Não. O que realmente me diverte mesmo é ouvir aos tontinhos que debitam o noticiário da guerra, como sucedeu ainda ontem, os "ataque a paragens de autocarro" (sic), com mísseis que custam milhões. Haverá mais nos próximos dias: "ataques" a escolas, centros comerciais, mercearias e jardins infantis...

Acham horrível, eu também. Por isso mesmo, não têm perdão os que forjaram esta guerra e nela insistem, até ao último ucraniano, como digo desde o dia um; por muito que o nosso Montenegro, em português talvez de Espinho, venha dizer que a Ucrânia prevalecerá... Está-se mesmo a ver.

Frank Sinatra, «You Go to My Head»

sexta-feira, julho 12, 2024

serviço público

Já tem quase uma semana, a crónica de Viriato Soromenho Marques, mas podia ter sido escrita há bocado -- "Um desejo colectivo de morte para o mundo".

2 versos de António Salvado

«Não há visível ou invisível... / É tudo um sonho para dizer.» 

Poesia de António Salvado (edição de Paulo Samuel, 2015)

quinta-feira, julho 11, 2024

ucraniana CCLV - ainda a "NATO"

Biden coloca a coleira a
Stoltenberg,
e leva-o a passear
Ouvir, ver, ler comentadores como Diana Soller e Isidro Morais Pereira e tantos outros, é particularmente penoso. Ao contrário de Agostinho Costa, Carlos Branco, Mendes Dias,  Tiago André Lopes e alguns mais aqueles não explicam nem contextualizam, antes justificam. 
O mote é assestar baterias à China?; industrie-se os incréus e os néscios:  

"Já todos percebemos que a Rússia depende da China para manter a guerra. A China torna-se inimigo indireto do Ocidente", diz Soller; "A China tem servido de interposto para fornecer componentes de fabrico na Rússia" - e a prova disso foi o ataque ao hospital pediátrico em Kiev", sustenta Isidro. Não vi, nem ouvi, bastou-me ler as gordas. A questão não está em saber do grau de envolvimento da China; qualquer um com dois dedos de testa chega lá.  Estarem ali eles ou os pivôs da Praça da Alegria ou da Roda da Sorte, acaba por não fazer diferença.

Em tempo: visto e ouvido há pouco Agostinho Costa e circunstantes. Jesus.

4 versos de Carlos de Oliveira

«Emigração / Homens para o que vier. / Carne da selva, / carne de aluguer.»

Turismo (1942)

quarta-feira, julho 10, 2024

Thelonious Monk, «Sweet and Lovely»

pertencer à NATO, na condição de bonifrate

Portugal está na área de influência de uma potência imperial a que não se pode eximir dada a situação geográfica. A Geografia condiciona tudo, a começar pela História, e ambas representam noventa por cento ou mais da política externa de um país com as nossas características. Daí que, dê por onde der, as relações atlânticas, e em especial com os Estados Unidos, devam ser sempre uma prioridade da nossa política externa.

Estar na área de influência de uma superpotência significa que quase toda a acção exterior deva atender a esse factor, sob pena de a mesma potência nos vir dizer o que devemos e o que podemos fazer. É assim que as coisas funcionam, como deveria saber qualquer aluno de História, Geografia, Direito, Filosofia e Ciência Política, Relações Internacionais e por aí abaixo.

Mas, como tenho dito, na minha qualidade de simples observador, um país como Portugal -- com uma população igual à da Hungria, mas com uma capacidade potencial de influência global incomparavelmente maior, deveria saber tirar partido das suas enormes capacidades, em benefício da Humanidade comum, especialmente neste momento de guerra, por enquanto indirecta, entre os Estados Unidos e a Rússia.

Portugal na NATO. Desde a intervenção na Sérvia, no início do século, de que resultou uma desgraçada ficção política chamada Kosovo, que a Aliança Atlântica deixou de ser, de facto, uma aliança defensiva. Com a guerra na Ucrânia passou a aliança ofensiva, por interposto actor, o governo fantoche ucraniano, não menos fantoche que o bielorrusso. É da natureza das coisas. 

Os fantoches e as fantochadas não se ficam pelo troupe de Zelensky, do nosso lado. Bonifrates dos americanos foram despudoradamente Luís Amado e José Sócrates na questão do Kosovo; títeres foram Augusto Santos Silva e António Costa naquela farsa do Guaidò, na Venezuela -- aliás deixando a comunidade portuguesa à mercê dos humores pouco recomendáveis de um palhacito como Maduro --; robertos de feira caduca, o mesmo Costa e Gomes Cravinho; marionetas são Rangel e Nuno Melo sob a tutela de Montenegro, agora. Deles nada se pode esperar (ficaria agradavelmente surpreendido se fosse diferente) e, portanto, riscarem alguma coisa como seria esperar como governantes deste país, que apesar de não parecer, não é um país qualquer, é algo que não podemos esperar -- ou seja: estamos nas mãos dos outros, aguardando pacientemente as ordens que nos forem dadas.  

 

2 versos de Alberto de Lacerda

 «Os pés à vista de ti / inda mais se me toldavam;» 

77 Poemas (1955)

terça-feira, julho 09, 2024

quadrinhos

fonte

 

a Procuradora e o, à data, Primeiro

Ainda não vi a entrevista toda da PGR, Lucília Gago. Sem nenhuma ilusão sobre os desmandos de alguns elementos do Ministério Público -- a divulgação das escutas a Costa na véspera de poder ser escolhido para a presidência do Conselho Europeu é um exemplo flagrante da vigarice que por lá pára --, também tenho a convicção de que o mesmo Costa só se demitiu porque presidia a um governo que era um lugar mal frequentado, uma vergonha cheia de casos dúbios e menos dúbios que atingiam ministros, secretários-de-estado, altos dirigentes. E se eu não tenho razões para duvidar da honestidade de António Costa, já quanto à sabedoria política para além das mercearias, foi o que se viu, e o  ais que se verá na cozinha de Bruxelas.

4 versos de Armando Taborda

«Nuvens / desfeitas pelo vento / exangues de morte / lentas» 

Palavras, Músicas e Blasfémias que Envelheço na Cidade (1996)

segunda-feira, julho 08, 2024

ucraniana CCLIV - o passeio de Orbán e o hospital pediátrico

Já vêm os cadelos do costume falar de "um novo tipo de mensagem" que a Rússia quer enviar á Ucrânia, com a aparente tragédia do hospital pediátrico, como se a Rússia precisasse de o fazer, como se ela não soubesse que as hienas e os papagaios do costume não se apressassem a atribuir mais estas intenções demoníacas e bárbaras à Rússia, julgando estes estúpidos que as pessoas são tão estúpidas como um americano da administração Biden, ou tão servis e rastejantes como uma qualquer marioneta da UE.

Por falar nisso, marionetas de marionetas, como Michel e Borrell, apressaram-se a desautorizar Orbán na sua viagem Kiev-Moscovo-Pequim, como se o húngaro precisasse da autorização deles, como se fosse uma espécie de primeiro-ministro português... Que estúpida, imbecil e criminosa é esta escumalha. 

2 versos de António Jacinto

«E eu a querer, a querer a Maria / e ela sem se dar» 

Poemas (1961)

domingo, julho 07, 2024

Duke Ellington & Jimmy Blanton, «Pitter Panther Patter»

4 versos de Camões

«Cale-se de Alexandre e de Trajano / A fama das vitórias que tiveram, / Que eu canto o peito ilustre lusitano, / A quem Neptuno e Marte obedeceram;»

Os Lusíadas, I-3 (1572)

sábado, julho 06, 2024

Pepe e Ronaldo

Pepe, 41 anos, é um exemplo de força, raça, querer e dedicação. Brilhantíssimo, sê-lo-ia sempre mesmo que aquela falha contra a Eslovénia tivesse dado golo e eliminação; Cristiano Ronaldo, 39 anos, já é só um grande craque, mas as alegrias que nos deu como fora-de-série entre os fora-de-série, por Júpiter!, ficarão para sempre.



Bob Seger, «Long Twin Silver Line»

3 versos de Cesário Verde

«Quando eu via, invejoso, mas sem queixas, / Pousarem borboletas doudejantes / Nas tuas formosíssimas madeixas,» 

O Livro de Cesário Verde (póst., 1887)

sexta-feira, julho 05, 2024

2 versos de Fernando Jorge Fabião

«há casas atravessadas / por um dom luminoso e feroz»

Nascente da Sede (2000)

quinta-feira, julho 04, 2024

Cat Stevens, «Miles from Nowhere»

3 versos de Manuel Bandeira

«Urra o sapo-boi: / -- "Meu pai foi rei" -- "Foi!" / "Não foi! -- "Foi!" -- "Não foi!"»

Berimbau e Outros Poemas

quadrinhos


 

quarta-feira, julho 03, 2024

3 versos de Dick Hard

«Treinos de captação / de futebol feminino / no Coina» 

De Boas Erecções Está o Inferno Cheio (2004)

terça-feira, julho 02, 2024

Frank Sinatra, «I've Got a Crush on You»

Franco Charais, o militar de Abril que mandou libertar os presos de Caxias,

cagando-se para o Spínola, li aqui, através de mão amiga. Descubro agora a sua pintura, muito pessoal e interessantíssima, alguma inspirada em motivos africanos rupestres, certamente informada pelas missões em África durante a Guerra Colonial, mas também de feição surrealizante, de que deixo alguns exemplos, tirados da net.





150 portugueses: 61-65

61. Duarte Pacheco Pereira (Lisboa, 1460-1533). Navegador, escritor, cosmógrafo, geógrafo, guerreiro, fidalgo da Coroa, há indícios de que chegado ao Brasil antes de Cabral. No Esmeraldo de Situ Orbis (1505), título misterioso e objecto de diversas interpretações, consagra por antecipação o "vi claramente visto" de Camões: «a experiencia he a madre das cousas por ella soubemos rradicalmente a verdade» -- ou  a face solar dos Descobrimentos. 

62. Fernão de Magalhães (1480-1521). O seu nome -- um dos muitos sinónimos para a palavra audácia --, baptizou duas galáxias, as Nuvens de Magalhães. Provou, em troca da vida, que a Terra é redonda.

63. Gil Vicente (c. 1465 - c. 1536). Digno pai do teatro português, pois usou do seu apurado espírito crítico para pôr em cena o drama do mundo. Se é o mesmo Gil Vicente da Custódia de Belém, o mestre foi duas vezes genial.

64. D. João IV (1604-1656). Duque de Bragança, trineto de D. Manuel I -- na verdade, as quatro dinastias foram apenas uma --, relutou antes de encabeçar a Restauração da Coroa ( reino continuara a existir na chamada Monarquia Dual). Depois, uma saga militar e diplomática que comandou. É um relevante compositor.

65. Luís de Camões (1524 -1580). Ano de centenário, o V. Li a alguém, há dias (creio que numa entrevista de Francisco José Viegas a Frederico Lourenço), qualquer coisa como isto: o leitor jovem rende-se ao lírico; mas o épico acaba por voltar, com força. Talvez seja o que me está a acontecer. De qualquer forma, Camões, grande Camões...

4 versos de José Régio

«Tinha um Deus; e cria então / Que o homem é de Deus. /Procuro hoje, em vão, a vã consolação / De os meus vícios serem meus...» 

As Encruzilhadas de Deus (1936)

segunda-feira, julho 01, 2024

Thelonious Monk, «Little Rootie Tootie»

A obra-prima


 

2 versos de A. M. Pires Cabral

«É assim o granito: perdurar / está-lhe na massa do sangue»

Caderneta de Lembranças (2021)