dos romances
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*«Juvenal *Gonçalves já o surpreendera, assim, de outras vezes. Mas nunca,
como agora, o emocionara tanto, fazendo-o reviver a sensação que deviam ter
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Há 1 hora
conservador-libertário, uns dias liberal, outros reaccionário. um blogue preguiçoso desde 25 de Março de 2005
Segue-se a norma adoptada em Angola e Moçambique, que é a da ortografia decente.
2 comentários:
No dia 21 de Julho de 1948 faleceu Tomás Leal da Câmara insigne caricaturista.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/leal-da-camara-caricaturista-de-renome/
"Exposição de pintura, desenhos, caricaturas e mobiliário, em off, leitura, ao longo do programa, de texto extraído da biografia "Leal da Câmara (vida e obra)", escrita por Aquilino Ribeiro".
LEAL DA CÂMARA
«O seu talento de artista era opulentissimo. Da caricatura transitava para a pintura de género tão facilmente como um compositor de raça passa dum "impromptu" para uma sonata. O manejo da água-tinta era-lhe familiar desde o início da sua carreira. Com o tempo, utilizou-se do óleo e do pastel. Em tudo mostrou garra, senão personalidade. Os pastéis que trouxe do Porto, onde estanciou durante largos meses, descrevem-nos o velho burgo de Arnaldo Gama no seu fácies recatado, esse que se entrega apenas aos olhos amantes ou feiticeiros. A luz, a tonalidade, o "quid" local feito de pequenos nadas, de imponderabilidades, ele as traduzia com o seu olho gázeo de "loup-garou".
Quando se deixa penetrar da melancolia das coisas é poeta. Os seus parques, fundo das tragédias românticas dos "pierrots" são poesias de Chénier ou Eugénio de Castro. Já dissemos que Leal da Câmara tinha poetas na família, não é pois de estranhar esta sua veia lírica. Alfa está no círculo sem fim das coisas ao pé de ómega, como o truculento caricaturista dos reis e dos "marlous"está junto do delicado paisagista do Outono e dos saloios joviais, dos saloios inocentes acabados de sair da arca de Noé, bêbados e de pernas bambas como o patriarca. A sua verve era inesgotável e a tudo refrescava, a tudo trazia seiva e luz como uma linfa penetrada do sol-nascente.»
Lisboa, Inverno de 1951.
Aquilino Ribeiro, "Leal da Câmara-Vida e Obra"
Curiosa incursão do Aquilino.
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