Com paciência beneditina, lá vai respondendo às perguntas pré-programadas (os pivôs bem acenam que sim com a cabeça, mas depois esquecem num instante tudo o que ouviram. A falta de brio nalguns casos chega a ser aflitivamente patética, como se fossem uns zombies ou cucos do relógio, que às horas certas debitam sempre o mesmo...)
Mas não são estes pobres que me trazem aqui, antes uma observação de Carlos Branco sobre o incrível Zelenski, afirmando que nunca ouviu nenhum chefe de estado a pedir o uso de bombas de fragmentação no próprio território. Eu arrisco uma explicação, a mais benigna que posso atribuir-lhe, aliás: o Donbass é composto por população maioritariamente russa, como se sabe; se o Zelensky não hesita em sacrificar o próprio país à hecatombe da guerra, servindo de peão aos americanos e associados, rala-se lá ele com os russos do Donbass... Por outro lado, pode ser que no íntimo saiba que aquele território é uma miragem, e por isso já não se trata do seu país.
Uma miragem mais nítida, de resto, com a derrota política -- aliás, expectável -- na cimeira de Vilnius, apesar de ter ouvido ontem a uns cómicos que haveria anúncios retumbantes. De facto houve, mas foi para a Suécia (os suecos, vítimas de um embuste que ficará para os anais). Como li ou ouvi algures, a cimeira da Nato, apesar de dividida, mostrou-se bastante coesa numa coisa: a de não querer arriscar uma guerra com a Rússia por causa da Ucrânia. Mesmo a ganância das negociatas necessita que se lhe imponham limites.
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