«Temos dificuldade em compreender nos outros aquilo que não somos capas de viver. Por exemplo: a paixão. Eu pensava que a paixão estava em declínio porque julgo que ela é o resultado dos muitos interditos que bloqueiam a nossa afectividade, sobretudo nas coisas que se passam entre homem e mulher. por isso, os sentimentos aproveitam a mais ligeira fenda para fazer jorrar, impetuosa, a paixão. O que me parecia natural é que, à medida que os tais interditos fossem desaparecendo, a paixão fosse perdendo a sua força.»
António Alçada Baptista, Catarina ou o Sabor da Maçã (1988)
Nota: Isto é tão mau, tão conversa de revista feminina da época, que me vejo obrigado a esclarecer que, "a arte de começar" compreende(rá) os parágrafos iniciais dos romances e novelas que tenho por cá, todos, em língua portuguesa. O bom, o mau e o medíocre, portanto. A arte de cada um, por vezes desigual, em cada momento.
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