Abencerragem: há políticos e políticos, há grandes e minúsculos,

segunda-feira, dezembro 23, 2019

há políticos e políticos, há grandes e minúsculos,

o resto é conversa fiada para entreter patetas e outros desventurados

(Chico Buarque e Lula)

4 comentários:

Jaime Santos disse...: Eu iria lembrar o cliché de que mal vai a Pátria que precisa de heróis. E no caso do Brasil, isso é mesmo um facto...; 11:40 da tarde
R. disse...: É verdade, embora para mim o maior heróis seja aquele povo, que tão sacaneado tem sido.; 1:28 da manhã
Jaime Santos disse...: Sem dúvida, e quem mais adequado para o liderar que um velho sindicalista, endurecido pelas lutas de muitos anos? Depois da morte de Mandela ele é, com o Papa Francisco, a figura planetária com maior autoridade moral, o que me leva a pedir a Deus, em quem não acredito, que os conserve por muitos e bons anos. Perante tais vilanias, eram precisos muitos mais como eles...; 4:50 da tarde
R. disse...: É isso aí, meu caro!
Abraço; 7:42 da tarde

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A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.

M. Teixeira-Gomes (1860-1941)