sábado, junho 30, 2018

mandar de volta os portugueses de merda para o buraco donde saíram

Não apenas o animal que espancou a jovem colombiana Nicol Quinayas, como os polícias que se desinteressaram da miúda que acabara de ser violentada. 
A confirmarem-se as notícias, estes agentes da Polícia de Segurança Pública faltaram gravemente ao seu dever e desonraram a farda e o estado português. A sua acção deve ser averiguada, e apurando-se a negligência grosseira e a desonra que ela implica, terão de ser exemplarmente punidos -- de acordo com a penalização prevista no estatuto disciplinar, bem entendido, porém, negligência e desonra configuram faltas graves, com sanção disciplinar adequada. 
Criaturas deste jaez deveriam ser mandados de volta para o terrunho das berças ou para os subúrbios donde foram evacuados, de preferência de quarentena, e proibi-los de voltarem a pôr os pés numa cidade enquanto não estivessem reeducados -- assim um pouco como se faz com aqueles cães agressivos que têm de ser ressocializados (o PAN também deveria pensar nestes bichos).
Cruzo-me diariamente com um certo povo de merda, empregaditos de mesa, lojistas, seguranças, motoristas, pequenos funcionários, trolhas, manicures & pedicures, uns miseráveis mal pagos, grosseiros, alienados pelo consumo a prestações, pelas revistas de mexericos e pelos futebóis, criaturas exploradas que arrotam o lamentável insulto racista contra o preto, o cigano, o brasileiro, o monhé.
Também há energúmenos daqueles noutras estratos sociais, todos conhecemos alguém; eu conheço vários e desprezo-os; mas o lumpen racista é tão grotesco que nem o desprezo alcança; só mão pesada é susceptível de produzir qualquer coisa que se assemelhe a sinapses dentro daquelas cabecinhas com cortes de cabelo à estúpido.

6 comentários:

amadeu moura disse...

As minhas calorosas felicitações pelo seu texto. Um primor!

Amadeu Moura

R. disse...

Muito obrigado pela atenção.

Jaime Santos disse...

Ricardo, o lúmpen ignaro tem ao menos uma desculpa, o ódio ao outro é infelizmente o estado natural da humanidade. Quem não tem ninguém para subjugar, arranja um cão para isso, já dizia Camus. E depois, há todos os factores que levam ao ressentimento e que refere (o que é curioso é que aquelas cabeças não se viram contra quem os oprime e sim contra os mais fracos do que eles).

Já aquelas pessoas que são educadas e que mantém tais preconceitos e até os procuram racionalizar em nome da 'Europa Cristã' (como se o Cristianismo, uma religião fundada por gente de pele tisnada, tivesse alguma coisa que ver com isso), esses não têm mesmo perdão.

Viktor Klemperer escreveu um dia, creio, que mandaria enforcar todos os intelectuais que apoiaram o nazismo dez centímetros acima de todos os outros criminosos...

R. disse...

Obrigado por essa referência preciosa ao Klemperer (tenho de ver se há relação com o grande maestro).
O lumpen educa-se a superar a animalidade. Os intelectuais não têm desculpa, e não apenas os nazis, também aqueles que sancionaram com a sua cobardia (ou cegueira, ou ambas) todos os totalitarismos.
O que é mesmo indesculpável, imperdoável é o descaso dos agentes policiais, para mim muito mais gravoso que o transtorno do Hulk dos stcp.

Jaime Santos disse...

Sim, a atitude dos agentes é que é verdadeiramente imperdoável. Em qualquer País decente o Hulk dos stcp teria sido metido na masmorra enquanto o diabo esfrega um olho...

Era primo direto de Otto Klemperer, se é a esse que se refere (https://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Klemperer).

R. disse...

Era mesmo a esse, obrigado!