Transcrevo daqui o comunicado da CNT sobre a questão catalã, precisamente o que tenho defendido neste blogue, em post e em diálogo, sempre estimulante, com Jaime Santos.
«Ante a escalada repressiva que estamos a sofrer depois da convocatória do referendo de autodeterminação na Catalunha do próximo 1 de Outubro, a Confederação Nacional do Trabalho não quer, nem pode, permanecer calada:
- A CNT sempre se mostrou favorável ao direito à autodeterminação dos povos nos seus acordos tomados em Congresso. Não encontramos razões para repensar a nossa posição no caso do referendo catalão.
- Os cidadãos da Catalunha devem poder expressar-se em liberdade. O direito a decidir sobre todos os aspectos que afectam as nossas vidas é o pilar de base para a construção de uma sociedade livre e igualitária.
- A Constituição imposta pelo regime de 78 não pode servir como desculpa para negar a palavra à sociedade ou para quando as reivindicações sociais não agradam aos partidos no poder. A legitimidade, mais do que questionável de uma Constituição imposta em condições de excepção democrática, não é exigida da mesma maneira quando estes mesmos partidos acabam com a saúde universal, destroçam a educação pública, fazem crescer a desigualdade social com as suas políticas neoliberais ou limitam as nossas liberdades fundamentais.
- A sociedade deve avançar no respeito pelos direitos e liberdade sem ter receio de que a sua luta possa infringir leis injustas. Pelo contrário, historicamente, a desobediência tem sido motor de progresso ao pôr em questão estruturas de poder aparentemente inamovíveis.
- Por isso, a CNT denunciará e combaterá todos os movimentos repressivos do Estado que tentem coagir ou impedir que o povo, neste caso o catalão, expresse a sua vontade em completa liberdade.»
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