Votarei no domingo, 10 de Março de 2024, no PCP, o único com representação parlamentar que neste momento histórico não me envergonhou.
Tenho várias razões para votar no PCP, e outras tantas para não votar. Sou um cidadão livre, voto como me apetece. Já votei em vários partidos e também votei em branco. Exerço a minha liberdade, só não deixo de ir às urnas.
A minha decisão está tomada desde que estas eleições foram anunciadas, e prende-se com a guerra na Ucrânia, entre dois imperialismos, e a postura de menorização do país, subserviência e leviandade crassa ignorante de praticamente todas as outras formações concorrentes e dos órgãos de soberania portugueses, que fizeram deste país um mero capacho dos interesses da administração americana, dominada pela rapacidade do complexo militar-industrial dos Estados Unidos. Mais que um capacho, uma excrescência, uma espécie de Hotentócia (o vocábulo é queirosiano...), a quem ninguém liga nenhuma, uma coisa ridícula.
Um país como Portugal, a caminho dos novecentos anos, com uma forte ligação atlântica aos países que emergiram do seu império e com um património histórico e simbólico ímpar -- uma língua, uma literatura, uma cultura popular --, submete-se à pirataria alheia sem um pingo de vergonha nem brio.
Sou o primeiro a reconhecer os condicionalismos da nossa situação geopolítica de vizinhança com os Estados Unidos (ao contrário de outros, que porventura achariam que a Rússia iria tolerar indefinidamente as investidas e provocações dos patifes da cia e do pentágono), com quem deveremos manter boas relações -- mas de onde está excluída a vassalagem de protectorado que tem caracterizado a política (?) portuguesa, pelo menos desde a destruição da Iugoslávia.
Se a minha posição não é totalmente coincidente com a do PCP, que acho moderada, só aqui vi uma atitude que chamasse nomes aos bois. Por isso, foram fustigados pelo que disseram e pelo que não disseram, pelo analfabetos e prostitutas da política e do comentariado, que visceralmente me enojam.
Gostaria que o PCP tivesse uma boa votação nestas eleições, mas para mim isso é secundário, pois o país está e estará nas mãos dos mesmos. O que me interessa é mesmo tomar posição, e ela aqui está.
Sem comentários:
Enviar um comentário