O amor das ilhas e o amor de algo e de alguém, nas ilhas.
Cristóvão de Aguiar, Sonetos de Amor Ilhéu (1992)
1 poema
NA ESQUINA DO VENTO
minha casa plantaste na esquina do vento
onde as marés afinam suas melodias
desde então te respiro e ganho meu sustento
caiando de palavras os muros dos dias
entre o meu e o teu corpo um intervalo lento
que a baixa-mar escolta bem de penedias
redobra o meu querer-te quanto mais te invento
e só depois me vejo de órbitas vazias.
velha pecha esta minha de mergulhar
nos confins do teu nome para te procurar
e a mim também por rumos que eu já nem sabia.
à minha conta trouxe o mar dentro em mim
vazei-o no meu búzio no dia em que vim
-- ouço o marulhar não lhe cheiro a maresia.
(também aqui)
2 comentários:
Amor...
A incessante busca, o inevitável vazio...
Boa incursão poética!
ou... não há amor real sem invenção.
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