António Botto, mais conhecido como poeta, muitas vezes muito bom, outras poucas nem por isso, também escreveu contos para crianças. Estorinhas edificantes e pueris que resistiram mal à passagem do tempo, quer pelo léxico (é um problema recorrente dos livros para as crianças) quer pelo tom, distante, sério e moralista.
A edição, recente (o depósito legal é de 1996), é muito preguiçosa: não diz de onde foram extraídos os sete textos que compõem o livro, e é omisso quanto à autoria das ilustrações, que pela assinatura, vimos com dificuldade tratar-se de Alfredo Morais, um pintor académico do primeiro quartel do século passado, a condizer com o conjunto que nos é apresentado. A impressão dos desenhos é péssima.
o incipit do primeiro conto, «Os olhos do amor»: «Uma vez, uma cabrinha estava presa num curral, onde estava também um burro.»
ficha:
Autor: António Botto
título: os Olhos do Amor
colecção (dirigida por Salomé Almeida): «Colecção Céu Azul» #9
editora: Editorial Minerva
edição: 3.ª
local: Lisboa
ano: s.d.
págs.: 48
impressão: Editorial Minerva
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