domingo, fevereiro 14, 2016

O triste caso Parmjit Singh

Esta reportagem da RTP mostra o que pode a estupidez e o analfabetismo de burocratas, agentes do SEF ou juízes, com responsabilidade da Interpol.
Parjit Singh é um sikh, comunidade maioritária no estado do Pundjab, que pugna pela secessão da Índia. Essa contestação faz-se por vários métodos, pacíficos ou violentos. Refugiado legalmente em Inglaterra há vários, onde trabalha e constituiu família, depois de haver sido preso e torturado no país de que é cidadão, nessa condição viajava normalmente pelos países da UE com a família, sendo a terceira vez que estava em Portugal.
Há cerca de dois meses, de férias no Algarve, foi detido pelo SEF. Se fosse um detenção para averiguações, uma vez que a Interpol tinha o seu nome como indivíduo procurado -- que entretanto, depois da barraca das autoridades portuguesas, foi eliminado da lista -, eu acharia normal. Mas em face dum passaporte britânico que atestava o seu estatuto de refugiado político, o que faz o SEF? Mantém-no detido. Mais: vai a tribunal, e a prisão é confirmada, inclusive pela relação de Évora.
Salvou a honra do país a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que rejeitou o pedido de extradição para a União Indiana, onde poderia ser condenado à morte.
No meio disto uma família aterrorizada, a mulher e os filhos, todos ainda crianças, outras vítimas do analfabetismo do SEF e dos juízes que lidaram com este processo. Chamar-lhes analfabetos, é pouco, pelo sofrimento que infligiram a esta família. É vergonhoso, indigno e revoltante.

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