1. Não seria crível que estados com largos milhões de população urbana e com acesso a todos os instrumentos da modernidade, como o são os do Médio Oriente, assistissem impunemente ao cataclismo que foi levado às suas sociedades organizadas -- a destruição, a morte, o caos --, em nome duma mentira obscena a ocultar a cupidez mais alarve, sem que houvesse reacção olho por olho, dente por dente.
Que os radicais islâmicos, com cumplicidades várias, entre as quais sobressaem as de países do Golfo Pérsico, queiram a todo o custo dar-nos, a nós ocidentais, a provar do nosso próprio veneno, é algo sobre o qual não podemos ter ilusões.
Repito-me. Primeiros responsáveis: o gabinete de criminosos liderado por George W. Bush, o cúmplice nojento Blair. Nem nomeio o palhaço espanhol e o inenarrável português. Semearam os ventos da tempestade que estamos agora a colher. Há outros responsáveis: o déspota Assad, passando agora de ditador a chefe de facção no mosaico sírio e objectivamente nosso aliado. (Os inimigos dos nossos inimigos, nossos amigos (até ver) são).
É a puta da vidinha.
2 comentários:
Na 'Intelligence Literature', isto tem um nome, 'Blow-back'. Andamos nisto pelo menos desde que Reagan decidiu dar apoio aos mujahedin afegãos nos anos 80 do século passado e aos déspotas paquistaneses seus aliados, que protegeram Bin Laden. E isto já para não falar do nosso apoio às Monarquias do Golfo, que se distinguem dos jihadistas só pela sua postura mais, digamos, institucional, como alertava recentemente Juan Cole na 'The Nation'. Não se compreende, ou melhor, compreende-se se pensarmos que os interesses económicos estão à frente da segurança das populações. o apoio que é sistematicamente dado ao integrismo sunita e a hostilidade ocidental para com os xiitas, que nunca representaram um risco de terrorismo significativo…
Caro Jaime Santos, obrigado pelo seu 'apport'. E de acordo quanto à questão do xiismo.
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