segunda-feira, novembro 23, 2015

Três razões para o terrorismo islâmico na Europa: 2 - A rejeição dupla

Nos séculos XVI e XVII, nos tempos das guerras de religião em França, chacinavam-se os opositores. O conflito que opôs católicos a protestantes foi sangrento e prolongado. Como nos dias de hoje, não graças a Deus, mas à Revolução Francesa, tais práticas não são aceites, o país terá de lidar com essa realidade incómoda que é a de ter milhões de muçulmanos, entre os quais uma percentagem -- pequena, em termos relativos; mas de dimensão preocupante, em números absolutos -- que aderiu ou pode potencialmente aderir ao jiadismo.
Não será por acaso que boa parte destes operacionais pertencem ao lumpen  social, são jovens delinquentes, pequenos traficantes. Para além das desestruturações familiares que são um problema em todas as sociedades modernas, independentemente do desemprego que atinge os jovens, acresce a dificuldade suplementar de estes individuos que dão pelos nomes de Mohamed ou de Abdalah rejeitarem a sociedade que os rejeita. São indivíduos desesperados, pasto verde e fresco para o terrorismo. 
A resolução deste problema, se for atacado de frente e já, é para uma ou duas gerações. O laxismo do estado, o oportunismo de muitos políticos locais que cedem às pretensões dos fundamentalistas a troco de votos, vai ter de acabar. A França vai ter, por isso, de optar entre políticas racionais, esclarecidas e corajosas por um lado; ou então escolhe a Frente Nacional, e aí haverá uma reactualização das guerras de religião do século XVI, em que todos sairão derrotados.

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