O autor não é apenas professor de Literatura (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), como tem a particularidade de gostar dela, a Literatura -- o que nem sempre sucede --, e, o que é mais, sabe transmitir pedagogicamente essa paixão.
Estas Notas de Rodapé serão tal, na sua designação humilde, se nos reportarmos ao seu objecto: a grande literatura -- brasileira, principalmente, mas também portuguesa e de além-língua. Borges, Calvino e Eco, por exemplo, são abundantemente citados ao longo do livro, muitas vezes em epígrafes. Acontece que estas crónicas, publicadas na imprensa, foram escritas com o gosto de comunicar com os alunos e todos quantos pretendem aventurar-se no bosque da ficção. E, nesse aspecto, é excelente para aqueles leitores menos experientes, perdidos nos labirintos do mercado, nivelando ou soterrando os clássicos de ontem e de hoje na avalanche da subliteratura parida a esmo pela indústria editorial.
"Devaneios de um leitor solitário", subtitula Tôrres Freire o seu livro, desta forma despretensiosa e aparentemente leve, fazendo pontes para a História ou o Cinema, conduzindo sabiamente e dando ferramentas ao leitor interessado em distinguir o trigo do joio. Quase todos os Grandes brasileiros estão lá; e enquanto leitor português apreciei os textos consagrados a Fernando Pessoa, Ferreira de Castro, José Saramago e António Lobo Antunes.
José Alonso Tôrres Freire, Notas de Rodapé -- Devaneios de um Leitor Solitário, Campo Grande, 2014.
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