quinta-feira, agosto 14, 2014

numa Patópolis de ganância, desvio e luxúria

Lembremos as sombras de Alack Sinner e a virulência de Torpedo 1936. Vamos encontrá-las em Blacksad, com a particularidade de os episódios de violência, sexo &outros vícios serem protagonizadas por personagens antropomorfizadas, saídas do lápis de um desenhador da Disney -- e Guarnido foi-o, em tempos. Do meu conhecimento, havia  Canardo, que já entrara por aí; mas o pato era uma espécie de Columbo de penas, um pouco mais ébrio e atrevido. Claro, que o autor que mais longe levou o antropomorfismo na 9.ª arte adulta foi Art Spiegelman, mas estamos a falar doutro universo e doutro patamar.
Esta co-edição Público / Asa inclui os dois primeiros álbuns da série, Algures Entre as Sombras  (2002) e Arctic-Nation (2003): a primeira, passada em Nova Iorque, trata de um crime de assassínio de uma (eu ia escrever mulher...) fêmea de arromba, actriz que em tempos tivera um caso com o próprio Blacksad, seguindo a preceito os clichés do policial negro norte-americano. A Grande Maçã como uma Patópolis de ganância, desvio e luxúria. A segunda narrativa, é uma incursão muito conseguida no asfixiante universo das subterrâneas organizações racistas.


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