««Então, buscando o menos possível mudar-lhe a fisionomia, o antigo ar interior e íntimo (Na cantoneira onde a tia Mariana guardava a marmelada, nem tocar...), chamara um mestre-de-obras e assenhoreara-se de todo o edifício, aproveitando-o conforme a ideia que de longe lhe trabalhava no sentimento.» Tomaz de Figueiredo, A Toca do Lobo (1947)
«1. Criado embora entre hálitos de faisão, cedo me especializei na arte de estender os braços. Dia após dia os mais laboriosos, cansativos forcejos projectavam meus membros anteriores em-frentemente. E isto assim até que perdi as mãos de vista.» Nuno Bragança, A Noite e o Riso (1969)
«Contra o que seria plausível esperar neste desigual processo de transporte, dos dois o menos extenuado e impaciente com as longuras e fadigas da jornada não se pode dizer que fosse o cavaleiro.» Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais (1868)
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«Ora se estes talmudistas pretendessem fazer obra séria, asseada, de obséquio à verdade verdadinha, e à natureza humana de Camões, começariam por trazer os antigos biógrafos ao tribunal. E interrogá-los-iam, antes de mais nada, em tudo menos aquilo que parece, ao lance de olhos, rebater para o comum a personalidade de Camões. Sim, os simpáticos devotos teriam que responder pela parte em que desorbitadamente o elevaram, isto é, primeiro incidiria o inquérito sobre o ditirambo, a glorificação, tudo o que disseram de excepcional e de requintado acerca do poeta.»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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