«Ainda restavam flores nas mimosas do nosso pátio; comi com delícia a sopa dourada da tia Vicência; de tamancos nos pés assisti às ceifas dos milhos.» Eça de Queirós, A Cidade e as Serras (póst., 1901) / «E a luz do dia a fugir cada vez mais, e a chuva a aumentar, a calar através do grosso gabão de jornada que Henrique vestia!» Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais (1868) / «Reparava extraordinariamente para as pessoas que estavam, não suspeitosamente, mas com um interesse especial; mas não as observava como que prescrutando-as, mas como que interessando-se por elas sem querer fixar-lhe as feições ou detalhar-lhes as manifestações de feitio.» Fernando Pessoa, Livro do Desassossego por Bernardo Soares (póst., 1982)
dos romances
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*«Juvenal *Gonçalves já o surpreendera, assim, de outras vezes. Mas nunca,
como agora, o emocionara tanto, fazendo-o reviver a sensação que deviam ter
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Há 42 minutos
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«O ar do Sátiro, primeiro, ofendera-a à força de licencioso e dominador; depois, pouco a pouco, insinuara-se, e, viscoso, perturbante, audaz, arteiro, acabara por captá-la e envolvê-la. E na sua carne, que o velho senhor de los Balbazes não soubera arpejar, suspiravam, gemiam desejos dolentes e misteriosos.»
Aquilino Ribeiro, "Jardim das Tormentas" - conto: "A Tentação do Sátiro" (1913)
O grande BOCAGE faleceu há 218 anos: 21-12-1805!
«Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade Manchei!...
Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!.»
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