terça-feira, outubro 18, 2022

235 paus para ver o papa

 Esta conversa lembra-me as digressões de gurus manhosos que se fazem pagar bem por cada arenga aos perdidos da vida, ou então a iurd.

Eu até gosto deste papa e distingo o muito de positivo que a Igreja tem originado ao longo da História (da arte à filosofia) e o negativo também (Cruzadas, Inquisição, perseguições de toda a ordem), assim como no presente, do mais elevado, como a Teologia da Libertação, ao repugnante dos abusos sexuais e a sua ocultação -- entre mais uma miríade de coisas boas e péssimas.

Mas onde ficam os jovens pobres no meio deste arraial?

3 comentários:

JdB disse...

Isto é título do Correio da Manhã (ou similares). 235€ garantem alimentação, alojamento, transporte, seguro e um kit de participante com acesso a toda a programação entre os dias 1 e 6 de Agosto de 2023. Se quiser ir por sua conta vai à borla. Se quiser pagar os 235€ pode regozijar-se com a ideia de que ajudou os que vão de graça (também) porque não podiam pagar.
Concordo que o título é que é um chamariz. E o Correio da Manhã (por exemplo) é disto que vende. Até penso que num curso de Comunicação Social se deveria ministrar uma aula de "títulos": o Independente e o Correio da manhã teriam primazia, forçosamente não pelos mesmos motivos.

JdB disse...

Uma pequena achega (quase extemporânea) a esta conversa:

https://www.dnoticias.pt/2022/10/21/333001-jornada-da-juventude-sem-momentos-pagos-para-ver-o-papa/

R. disse...

Obrigado pela achega, mas não é para mim claro o que significa haver "locais de acesso prioritário para os peregrinos inscritos e outros de acesso livre."
Ou seja, se interpreto bem, parece haver uma situação de privilégio para quem tem dinheiro e para quem não tem. Sendo assim, a questão do tratamento desigual entre quem tem e quem não tem dinheiro para se inscrever, parece-me evidente, mesmo que não saiba que tipo de vantagem significa "locais de acesso prioritário". Ainda que se trate de algo relativamente anódino como o ter uma melhor vista ou estar mais perto, não me parece que a Igreja devesse fazer esse tipo de distinções.