Putin pode ser muitas coisas, mas não é parvo. Como também não é louco, é óbvio que nunca, mas nunca, atacará um país Nato, pois sabe que a resposta seria imediata e, pelo menos, proporcional.
Esta possibilidade insana tem sido vendida à opinião pública ocidental, demasiado imbecilizada para ler por detrás das palavras e facilmente manipulável. Só isso justifica que países como a Suécia e a Finlândia, que aguentaram firmes a pressão soviética -- ao pé da qual a chamada Operação Militar Especial não passa disso mesmo, uma guerra dir-se-ia envergonhada --, se vissem forçadas pelo medo a renunciar à neutralidade.
À estratégia inicial, desgastar a Rússia usando a mão-de-obra ucraniana pobre -- porque os ricos puseram-se ao fresco, como podemos testemunhar diariamente e ao vivo --, somam-se os réditos da venda de armas que compensará certamente os milhares de milhões de dólares da ajuda americana ao suicídio ucraniano (para não falar dos grandes contratos para a reconstrução em perspectiva).
Escrevi aqui, no início da guerra, que os americanos iriam defrontar a Rússia até ao último ucraniano; é o que estão a fazer, com razoável insucesso -- apesar de a propaganda mostrar a conquista de cada aldeola como uma nova batalha de Stalingrado.
À anexação dos antigos territórios da Ucrânia, Biden, teatral, esticou o dedinho e "avisou" Putin que defenderia cada centímetro do território dos países Nato.
Como este patife sabe que a Rússia não é suicidária, a propaganda pateta feita para patetas tem como finalidade única a de prolongar a guerra. Para já, os cúmplices declarados, além dos britânicos e do governo ucraniano, são os polacos, os estados bálticos e a Comissão Europeia, essencialmente. Mas não admira nada que a cumplicidade se alargue, quando forem ainda melhor sucedidos em arrastar-nos para esta guerra de merda. E não faltarão pascácios, desgrenhadas ou belicistas de sofá -- citando o general Carlos Branco, este e alguns mais que deveriam ser ouvidos por quem quer aprender qualquer coisa -- a pretenderem atirar-nos para dentro do caldeirão, em nome dos nossos valores.
Por falar nesta piadola farsante designada por nossos valores -- os dos filhos-da-puta que me censuraram a RT, por exemplo --, ao atribuir a cidadania russa a Edward Snowden, pondo-o a salvo da tortura que há anos os nossos valores infligem a Julian Assange, fez mais o negregado presidente russo pelos ditos do que todos estes propagandistas de circo.
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