sábado, setembro 17, 2022

pedir desculpa, patriotismo e individualismo distorcidos

 Wiriyamu foi ontem, A Guerra Colonial, um crime contra os povos africanos e português -- este também grande vítima de uma cupidez embrulhada num oitocentismo serôdio, insensato e, meço bem a palavra, criminoso. Ora acontece que o massacre perpetrado ontem em Wiriyamu o foi às ordens do mesmo estado e governo do país que hoje é representado por António Costa, que esteve, por isso muito bem. Eu, que nunca fui soarista, considero que um dos mais belos gestos da presidência de Mário Soares foi o pedido de desculpa aos judeus pelas perseguições sofridas no país entre os séculos XV e XVIII (e que tanto prejudicaram Portugal). O país saiu então engrandecido, e eu senti-me orgulhoso com essa contrição. 

O pseudonacionalismo oportunista e politiqueiro logo se manifestou pra arrebanhar simpatias de taberna, com este triste episódio em Moçambique, Não se mencione mais o lixo. Mas também não percebo quantos, como Pacheco Pereira, justificando terem sempre sido opositores ao colonialismo e à guerra, criticam o gesto mais do que justo e necessário do actual Primeiro-Ministro, que obviamente não o fez enquanto António Costa, nem precisava.

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