Ouvir a horrível galinhola que preside à Comissão Europeia falar na chantagem do gás por parte da Rússia, ou dá para rir ou para partir a televisão. Se não, vejamos:
Em vez de ser uma terceira parte, cooperando activamente para dirimir a questão do Donbass, a União Europeia pôs-se sob as ordens dos americanos, não só cooperando activamente na intoxicação da sua opinião pública, como ladrando ferozmente a cada pacote de sanções. Quando a Rússia responde, recorrem à dramaticidade das grandes expressões, como a chantagem energética, etc.
Ao fazerem dos europeus estúpidos, não se importam eles próprios de fazer figura igual. É preciso ter uma grande paciência para aturar esta malta. Era bem feito que a Rússia cortasse o gás todo, para que a UE aprendesse a não ser um mero boneco da estratégia americana.
Acho também muita graça às luminárias que dizem que a Rússia está cada vez mais dependente da China, avançando com uma espécie de satelitização, quando a União Europeia, que contém no seu seio países como a Alemanha, a França, a Itália e até há pouco o Reino Unido, não consegue ter uma autonomia estratégica e uma manifestação de vontade como, por exemplo, a Índia, o Brasil ou até a África do Sul.
A União Europeia, que poderia ser um player (como agora se diz) respeitado, e fazer-se respeitar quer pela Rússia quer pelos Estados Unidos (para não falar da China) é, ao invés, esta miséria, desprezada por russos e americanos, com todas as consequências que daí advêm.
Nunca alinhei na conversa da falta de estadistas, não gosta nada da ideia de "homens providenciais" -- mas perante os homúnculos políticos que lideram a Europa e os respectivos governos nacionais, a situação é mesmo esta: o desprezo que vem com a subserviência; o risco de se tornar numa grande Ucrânia, ou seja: um território onde outros combatem.
Ao contrário do que se diz por aí, a situação está como está porque a União Europeia como realidade estratégica é um mero actor passivo.
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