quarta-feira, setembro 21, 2022

duas notas breves sobre a alocução de Putin (ucranianas CXXVI)

1. Só ouvi excertos e cometários na rádio. Descontada a retórica anti-nazi (embora os neofascistas tenham na Ucrânia e noutros países um poder e influência tenebrosos), Putin tem toda a razão no que respeita às manobras dos americanos e respectivos cães-de-fila.

2. Não que as dificuldades militares não existam e não tenham surpreendido os russos, a têmpera guerreira ucraniana e o auxílio decisivo do ocidente alargado em armas e informações. Mas custe mais ou menos, leve mais ou menos tempo, não vejo grandes hipóteses para a Ucrânia, a não ser que as estruturas políticas ruam por dentro, a partir do Kremlin, no que seria uma vitória retumbante dos Estados Unidos, demonstrando o acerto da sua estratégia.

Não é isso que penso, com os dados que tenho, que são os de toda a gente: a Rússia vai abocanhar parte da Ucrânia -- veremos o quanto --, não haverá Ucrânia nenhuma na Nato, embora agora tenham a Finlândia à porta. muito bem enrolada. A rússia terá sempre uma vitória amarga; os americanos irão dar combate até os ucranianos ficarem exangues. Uma tragédia sem inocentes e com uns mais culpados que outros -- mas não são os russos.

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