Trump ou Biden, a merda é a mesma. Pode ser que para os americanos, não; pois não se via um chefe de estado do jaez do Donald pelo menos desde os tempos do Bokassa I. Mas, por muito palhaço e patife que o Trump fosse -- e era-o -- sempre tinha a noção de não se armar em chico-esperto com os russos. Uns dizem porque era um homem deles. Então mostrem.
A Rússia, graças a Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o único estado que de facto põe os patifes dos americanos em sentido. É assim a vida, e ela é muito mais bela ou menos cinzenta com este facto. (Quando falo em patifes dos americanos, leia-se o velhaco do Clinton (talvez o tipo mais miserável que se sentou na sala oval) e a marioneta do Bush filho, orquestrada pelos gangsters que conhecemos -- Cheney Rumsfeld e restante escória.) de facto, Donald só há um, o Pato...
Quando oiço o Biden dizer que os Putin vai pagar, farto-me de rir, e lembro-me do Snowden, da Crimeia -- podem vir cacarejar o que quiserem, mas a vontade do povo da Crimeia foi cumprida, e é só mesmo isso que interessa -- o resto é conversa fiada de vendidos e oportunistas para entreter os incautos --; já para não falar no nordeste da Ucrânia, manigâncias da Alemanha para maçarem os russos, a que estes respondem como responde sempre uma grande potência imperial a picadelas de moscardos (e nem vale a pena falar na Geórgia, quando da golpada do agente americano que por lá andou).
Eu gosto da Rússia, país e cultura extraordinários, embora nunca lá tenha estado; também gosto muito da América, enquanto paisagem cultural. Só não gosto que me atirem areia para os olhos.
E já agora, a propósito de manigâncias: estão à espera de quê para ir buscar-lhes a vacina? (O primeiro estado a fabricar uma.) Que a Alemanha deixe?
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3 comentários:
Estamos à espera da aprovação da EMA, de recordar que os russos pediram a dita só no fim de Janeiro. O artigo do Lancet não garante por si só nada, mostra apenas que a vacina tem uma eficácia de mais de 90%, de acordo com os testes realizados. Um artigo científico é material de análise técnica, tão somente e apenas.
Ou está a sugerir, como o PCP, que se deve aprovar uma vacina por motivos políticos? É que não sei exactamente em que opinião técnica o PCP se baseia...
No dia em que a EMA der o seu aval, eu sou o primeiro a tomar a Sputnik V se for a que estiver disponível (também tomaria a da Astra Zeneca). Até lá, vale a pena ser-se prudente...
Pois eu, se fosse a Putin, levava Biden a sério, como Biden deve levar Putin a sério e não repetir os erros do passado e interferir na área de influência natural da Rússia, que como você disse é uma potência imperial.
E as potências imperiais (todas) tendem a causar-me urticária...
As tentativas de interferência mútua não são de hoje, remontam aos bons velhos tempos da URSS e não nos devem espantar, mas se as dos americanos são de criticar, as brincadeiras dos hackers russos também não são propriamente brincadeiras apenas.
Se a soberania funciona para um lado, funciona para o outro. E pelo menos os opositores e jornalistas críticos americanos não têm que ter medo de ser assassinados com as autoridades a ficarem de braços cruzados. Por isso, patifaria por patifaria, eu prefiro a patifaria dos americanos... Any day...
Quanto ao referendo na Crimeia, bom se um referendo antecipado duas vezes e feito sob ocupação militar é representativo, vou ali e venho já.
Fala-se muito de como a CRP de 1976 foi votada por quase todos os Partidos, tirando o CDS que se absteve (honra lhe seja feita por não ter querido comprometer os seus princípios), o que é preciso não esquecer é que os princípios de organização económica do Estado foram lá colocados sob pressão dos militares depois do 11 de Março, o documento foi um compromisso que permitiu garantir a democracia política...
A Rússia é um País extraordinário e Putin é um homem superiormente inteligente, mas o sistema a que preside não se recomenda exactamente. É por isso bom que ela seja mantida a um bom braço de distância...
Não sei se Trump era ou não um homem da Rússia. Tendo a pensar que simplesmente é um homem de negócios pouco claros e que tinha feito negócios na Rússia (isso é um facto público e notório) e não me acredito por um momento que o FSB não os tenha esquadrinhado a pente fino à procura de porcaria para usar contra ele em caso de necessidade (o Kompromat, como parece que eles lhe chamam). Seria o que eu teria feito se estivesse no lugar de Putin, mas se calhar eu ando a ler demasiadas novelas de espionagem...
P.S. Lamento não ter ainda respondido à sua questão sobre o aquecimento global e os ciclos climáticos longos da Terra, que são aqueles em relação aos quais as espécies se podem adaptar. As mudanças bruscas tendem a causar extinções em massa e é isso que estamos a promover, uma experiência climática descontrolada e sem precedentes no espaço de décadas (ou, vá lá, nos últimos 200 anos). Mas isso obriga-me a ler umas coisas para não vir dizer asneiras, porque a memória não chega para tudo...
Caro,
estou a sugerir precisamente o contrário: que não se deixe de o fazer por razões políticas, como, por exemplo, a Itália, a primeira a furar o confinamento.
Mais logo comentarei o resto
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um abraço.
Caro,
Não é a Rússia que tem de andar a vender o produto, é quem precisa dele que deve tomar a iniciativa. Claro que esta história é conversa fiada e a vacina irá ser aprovada porque não há outro remédio. Aliás a Itália de Draghi foi a primeira, porque em necessidade, a acabar com a conversa, ao decidir produzir a Sputnik no seu território. E já não falo no caso do Orban, porque esse é um pária. Não há inocência nenhuma nisto.
Eu também gosto do mesmo que você. Eu estou a falar da política externa americana no pós-Guerra Fria, e ela está aí aos olhos de todos, com a excepção do Obama no que respeita ao Irão e a Cuba.
A conversa do Biden deve ser para democrata ouvir. O Putin não vai pagar nada e o Biden é o primeiro a sabê-lo. Aliás, o Putin respondeu-lhe bem. Portanto o meu problema não é a política interna russa mas a polírica externa americana, belicista e predadora.
Quanto à Crimeia, já falámos muito sobre isso. Mas acha que os russis da Crimeia, que andaram desde o Krushev a ser negociados sem serem tidos nem achados teriam outra escolha? Aliás, os russos da pátria-mãe poderam dar-se ao luxo de fazer um referendo limpo pois se há coisa que não havia dúvida era a de que os russos queriam continuar russos, mas agora no próprio país.
E o que chama de exército de ocupação foi um exercício de soberania sobra Sebastopol para acabar com a brincadeira da Alemanha e dos Estados Unidops da Ucrânia, que para ter o resto do país de volta, de maioria russa, tem de se portar bem e evitar ser joguete de terceiros. É assim a vida.
Quanto ao aquecimento global, agradeço-lhe o escrúpulo. Quando lhe for oportuno, cá estarei para aprender consigo.
Novo abraço.
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