Peyo, Schtroumpfs e João e Pirolito
segunda-feira, abril 30, 2018
domingo, abril 29, 2018
«Tais as palavras que de improviso vibram no ar sonoro, pronunciadas por um frade agostinho, cujas sandálias, ao acercar-se, não tinham despertado um sonido nos adobes do pavimento.» Henrique Lopes de Mendonça, «A truta», Capa e Espada (1922)
«Realizada a vida, subsistia a noite -- mas a crença nos problemas horríveis de génese social apontava uma missão evangélica -- urgente a cumprir.» Ruben A., «Sonho de imaginação», Páginas I (1949)
«Numa fracção de segundos -- como na morte súbita --, ela pensava à velocidade da luz.» Sarah Adamopoulos, «A Marylin», A Vida Alcatifada (1997)
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sábado, abril 28, 2018
sexta-feira, abril 27, 2018
«Assim fosse o teu corpo uma espécie de aroma, / Que apenas preenche o ar que eu respirasse!» Carlos Queirós, «Aroma», Desaparecido (1935)
«Eis o meu quarto, que cheira / A cisco, a velho, / A vida podre e vazia...» José Régio, «Elegia Bufa», As Encruzilhadas de Deus (1936)
«Antes viver do que morrer no pasmo / Do nada que nos surge e devora, / Do monstro que inventámos e nos fita.» José Carlos Ary dos Santos, «Soneto», A Liturgia do Sangue (1963)
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quinta-feira, abril 26, 2018
«Depois da chuva o Sol -- a graça.» Sebastião da Gama, «Poesia depois da chuva», Pelo Sonho É que Vamos (póst., 1953)
«Palavras, substância, ideia, / persistentes e danosos vermes / da memória, em várias chamas / variamente ardendo, com sôfrega / raiva vos devoro.» Rui Knopfli, «Tradição», O Corpo de Athena (1984)
«O amor, a própria morte nos aumenta / Sua luz obscura -- que nos alimenta.» Alberto de Lacerda, Átrio (1997)
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quarta-feira, abril 25, 2018
terça-feira, abril 24, 2018
«Alheios ao mundo em redor, não se transmitiam confidências mas partilhavam da mesma apreensão.» Joaquim Paço d'Arcos, Ana Paula (1938)
«Mas não tardou que argoladas fortes soassem à porta e Jesuíno, em tamancos, as calças presas no abdómen por um negalho, camisa de estopa deixando espreitar pelos bofes a pelúcia de cerdo à mistura com o alcobaça vermelho, cigarro nos beiços, toda a sua pachorra eclesiástica mais rabugenta que cão dormido, foi ver.» Aquilino Ribeiro, Andam Faunos pelos Bosques (1926)
«Contudo, certo é que não há momento mais sério, mais grave que aquele em que prestamos contas ao Criador das coisas, daquilo que foram os nossos passos nesta vida breve deste breve mundo.» Sérgio Luís de Carvalho, Anno Domini 1348 (1990)
segunda-feira, abril 23, 2018
«e ele dizia-me, se tu / fores um poema de amor / eu apaixono-me por ti, e / eu desaparecia boca / fora para dentro dele» Valter Hugo Mãe, O Resto da Minha Alegria (2003)
«No pensar que é a vida que se estua / a ilha continua» António Jacinto, «Paisagem concentracionária», Sobreviver em Tarrafal de Santiago (1985)
«Um sino toca algures onde se enlouquece.» José Agostinho Baptista, «Anoitecer», Agora e na Hora da Nossa Morte (1998)
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domingo, abril 22, 2018
«Na açoteia da torre de menagem, Fernão Rodrigues Pacheco, debruçado sobre uma aberta das ameias, medita.» Henrique Lopes de Mendonça, «A truta», Capa e Espada (1922)
«Afinal o caso era banal, simples e puro como castidade de santo.» Ruben A., «Sonho de Imaginação», Páginas I (1949)
«Convencia-se de que ia ter um colapso cardíaco ou uma hemorragia cerebral e imaginava-se a cair e a ficar com a cabeça colada às embalagens dos panadinhos do Capitão Iglo.» Sarah Adamopoulos, «A Marylin», A Vida Alcatifada (1997)
sábado, abril 21, 2018
«Encostava o cálice à boca bem aberta, imobilizava-o um momento e de seguida, num golpe brusco, atirava o brandy à garganta.» Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva (1953)
«Amou, perdeu-se, e morreu amando.» Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição (1862)
«Ando aqui a ganhar a morte.» Ana Margarida de Carvalho, Que Importa a Fúria do Mar (2013)
sexta-feira, abril 20, 2018
falemos de indignidades
Só vi parte do regabofe da semana e apenas num dos canais, ando com as minhas séries do segundo canal atrasadas, O escândalo é o mesmo de há anos, só varia o suporte merdiático. Não fiquei nada impressionado com Sócrates, Salgado, Bava ou Granadeiro, que articulam o suficiente para aqueles interrogatórios -- não que por isso tenham menos direitos, já se vê. Já me deixou espantado a exibição neste circo dos advogados, que estão ali a trabalhar. Mas o pior de tudo, o cúmulo da indignidade e do atrevimento, foi a exibição do interrogatório ao motorista e à amiga de Sócrates, o que significa que, não apenas as televisões, mas determinados juízes e procuradores têm de ser postos na ordem.
O Presidente da República é professor de Direito, o Primeiro-Ministro é jurista, para além dos altos cargos de Estado que ocupam. A lama no Estado também os salpica.
«Todo o Verão tem a sua sombra / a sua pequena morte / homens lentos nas adegas / (poços de frescura / imaginam ofícios sublimes, / presságios / pequenas conjuras» Fernando Jorge Fabião, Na Orla da Tinta (2001)
«Viesses tu, Poesia, / e o mais estava certo.» Sebastião da Gama, «Viesses tu, Poesia», Pelo Sonho É que Vamos (1953, póst.)
«Só no silêncio a vida se descobre.» Alexandre Dáskalos, Poesia (1961, póst.)
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quinta-feira, abril 19, 2018
«Fluida, indecisa, volátil, / inconcreta, a ideia não se submete facilmente / ao cerco insidioso / da palavra.» Rui Knopfli, «Ideia do poema», O Corpo de Athena (1984)
«Que o nome que era o seu o persigam os ecos, / O gritem no deserto as gargantas com sede, / O murmurem no escuro os mendigos com frio, / O clamem na cidade as crianças com fome, / O soluce o amante de súbito impotente, / O maldigam no exílio as almas sem descanso.» José Carlos Ary dos Santos, «In memoriam», A Liturgia do Sangue (1963)
«de toda a mais volátil / é a categoria tempo» Fernando Assis Pacheco, Memórias do Contencioso (1976)
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quarta-feira, abril 18, 2018
«Como tudo o que é puro / De raiz / O que os pássaros dizem / Não se traduz». Alberto de Lacerda, Átrio (1997)
«Blocos de gelo perpassavam / Sob os teus olhos distraídos, / Enquanto os meus, calmos, choravam / Os portos nunca mais volvidos.» Carlos Queirós, «Cruzeiro do Norte», Desaparecido (1935)
«...Ou será tudo loucura, / Literatura / Fogo-fátuo, solidão / E eu não viverei, senão / No metro e meio de mim?...» José Régio, «Nocturno», As Encruzilhadas de Deus (1936)
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terça-feira, abril 17, 2018
«O que mais me inquieta, Senhor, / é não ter a certeza, / ou mais ter a certeza de não valer a pena, / é partir já vencido para outro mundo igual.» Pedro Tamen, «Noé», Analogia e Dedos (2006)
«Nenhum inferno é maior do que a voz traída / e nenhum bem vale o da sua integridade.» Rui Knopfli, O Corpo de Athena (1984)
«Mocinha escondida / por trás da janela / -- quanto mais não vale / a rosa encarnada / que a rosa amarela!...» Sebastião da Gama, «Janelas de Estremoz», Pelo Sonho É que Vamos (póst., 1953)
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«Numa casa quadrada da alcáçova de Coimbra, junto dum lar montado sobre cachorros de pedra onde estalavam toros de castanho a arder, três figuras bárbaras de homem, debruçadas sobre uma arca enorme coberta de guadamecins vermelhos, jogavam em silêncio, comendo pedaços de nata com as mãos e movendo os trebelhos doirados sobre uma velha távola de xadrez.» Júlio Dantas, «Dom Cardeal», Pátria Portuguesa (1914)
«A criação de mundos epidémicos impelia-o à contínua busca de sensações imaginárias onde o espírito folgava nos cansaços da vida burguesa, de ritmo medonho e metricamente coerente.» Ruben A., «Sonho de imaginação», Páginas I (1949)
«Ela era como a Marylin e só queria ser maravilhosa.» Sarah Adamopoulos, «A Marylin», A Vida Alcatifada (1997)
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segunda-feira, abril 16, 2018
«Aquele que não conhece a doença / nem o progresso nem o desfecho dela / mal saberá que mal alumiado / poço de angústias é uma velha entrevada / disposta em cama de palha / que não lhe retarda -- antes fomenta -- / a podridão, // na esperança e no terror / de que tudo acabe em breve.» A. M. Pires Cabral, «Velha entrevada», Arado (2009)
«Na folha bailada / Levada / No vento, / Vai meu pensamento...» Cristovam Pavia, As Folhas de Poesia Távola Redonda (1988)
«Mas teu passado, pastora, / que ali fora a pascer, / não se tinha ido embora: / inda esperava a sua hora / de volver...» David Mourão-Ferreira, «Écloga», A Secreta Viagem (1950)
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domingo, abril 15, 2018
Todavia não deixarei eu de confessar o amor que sempre tive por contos de fadas, para que se não estranhem algumas murmurações, acaso fugitivas, no acto de me sacrificar às exigências desta geração pretensiosa.» Álvaro do Carvalhal, Os Canibais (póst., 1868)
«É um rolo misterioso e profundo que vem dum mar desconhecido.» Raul Brandão, Os Pobres (1906)
«Os olhos de Margarida tinham um lume evasivo, de esperança que serve a sua hora.» Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal (1944)
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sábado, abril 14, 2018
Mas o Macron já mostrou as provas que diz ter do ataque químico perpetrado por Assad?
Espera-se que o faça amanhã, quando se dirigir ao povo francês, caso contrário junta-se, em estofo e credibilidade, à parelha composta pelo doido varrido do Trump e da aldrabona relapsa e contumaz May. Para nós, portugueses, já trouxe à memória um certo Zèmanel, o tal que viu as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque.
Suspeito que Macron não vá mostrar nada, pois hoje assistimos a mais uma fantochada encenada, também com a colaboração ou aquiescência dos russos. A pressa era tanta, que nem puderam esperar pela missão de fiscalização das Nações Unidas (parece que irá amanhã para o terreno...), não fosse aparecer mais um Hans Blixen, o sueco que liderava a equipa da ONU no Iraque, para que não se recorde.
Tratando-se duma farsa, custa menos a figura de cu-prò-ar do governo português, e cai mais no ridículo o tom enfatuadamente marcial de Marcelo, hoje, com os antigos combatentes -- gente, aliás, que o estado português trata miseravelmente, sempre de acordo com os nossos baixos padrões de conselheiros acácios e de cu-prò-ar.
p.s.- estava a ouvir um palerma a comentar no Telejornal. Que riqueza de análise, que sumo, dando por certas, claro, as tais acusações. Talvez tenha acesso directo ao Macron. Claro que desliguei a criatura e vim aqui escrever isto, ansioso por passar a coisas mais sérias.
em tempo: não sei se os russos vão retaliar. Se calhar vão também fazer de conta. Façam o que fizerem, só espero que não caiam em cima dos curdos, que tanto jeito nos deram contra o Daesh, parece que (oxalá me engane) abandonados à sua sina.
em tempo: não sei se os russos vão retaliar. Se calhar vão também fazer de conta. Façam o que fizerem, só espero que não caiam em cima dos curdos, que tanto jeito nos deram contra o Daesh, parece que (oxalá me engane) abandonados à sua sina.
sexta-feira, abril 13, 2018
«É a vida a dar socos na porta.» José Régio, «Meu menino, ino, ino», As Encruzilhadas de Deus (1936)
«Eu, estupor me confesso» Pedro Tamen, «Alexandre VI», Analogia e Dedos (2007)
«Tenho só este exíguo e perplexo pecúlio / de palavras à beira do silêncio.» Rui Knopfli, O Corpo de Athena (1984)
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quinta-feira, abril 12, 2018
«Quando os lobos uivam e aberta já está a lua, / as flores amargas dos teus olhos / desfazem-se aos meus pés.» José Agostinho Baptista, «Desamparo», Agora e na Hora da Nossa Morte (1998)
«Do visto vos aviso: a vida não é / a retorta infindável, que destilará / esse metal puro, o nada, / nem o pó, que sem estrépito, / assenta no pó -- é a sucessão / de dias pequenos e resultados desportivos / para a qual não fostes convidados.» José Alberto Oliveira, «Manifesto», Mais Tarde (2003)
«Se nenhum deles, a acreditar no Google, deixou cadastro / cultural foi porque a vida, ou nem sequer a vida, / sabotou as adolescências de que fui breve testemunha.» Manuel de Freitas, «Victims of the dance», Walkmen (2007)
«Do visto vos aviso: a vida não é / a retorta infindável, que destilará / esse metal puro, o nada, / nem o pó, que sem estrépito, / assenta no pó -- é a sucessão / de dias pequenos e resultados desportivos / para a qual não fostes convidados.» José Alberto Oliveira, «Manifesto», Mais Tarde (2003)
«Se nenhum deles, a acreditar no Google, deixou cadastro / cultural foi porque a vida, ou nem sequer a vida, / sabotou as adolescências de que fui breve testemunha.» Manuel de Freitas, «Victims of the dance», Walkmen (2007)
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quarta-feira, abril 11, 2018
«"Se fores meiguinho / vou gostar de ti" / e eu de mansinho / tão bem a comi» Dick Hard, «Fofinha e prendada», De Boas Erecções Está o Inferno Cheio (2004)
« entretanto falhamos porque estas coisas batem / no plexo solar viciam o salto / vamos dar com os cornos tristemente / no sítio onde a piscina é mais baixa» Fernando Assis Pacheco, Memórias do Contencioso (1976)
«A tinta prolonga / o sangue / consome o saber das sílabas» Fernando Jorge Fabião, Na Orla da Tinta (2001)
«A tinta prolonga / o sangue / consome o saber das sílabas» Fernando Jorge Fabião, Na Orla da Tinta (2001)
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«Porque há plantas frágeis, que se ressentem das vibrações, do mau hálito, da palavra agreste, dos golpes do destino.». Ângela Caires, Daqui em Diante Só Há Dragões (1988)
«Uma vila encardida -- ruas desertas -- pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva -- o castelo -- restos intactos de muralha que não têm serventia: uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures.» Raul Brandão, Húmus (1917)
«É um jardim morto, as plantas secas, os canteiros arrasados nas pedras que os limitavam.» Vergílio Ferreira, Para Sempre (1983)
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terça-feira, abril 10, 2018
«Sol Branco / Imperador fraterno / Do azul muito ténue» Alberto de Lacerda, Átrio (1997)
«Não peças palavras: / É voz o vento e o seu perdido rumo.» Alexandre Dáskalos, Poesia (póstumo,1961)
«Mal empregado privilégio, a fala, / Que traduz a verdade em que pensamos, / As palavras gastando em ocultá-la!» Carlos Queirós, «Clamavi ad te», Desaparecido (1935)
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à mercê dos lacraus
As forças subterrâneas apostadas na deterioração das relações entre Estados Unidos e Rússia estão a ganhar a parada. Derrotada a mulherzinha que era o seu peão nesta táctica de embolsar proventos -- Hillary Clinton, com uma postura claramente confrontacional --, sai-lhes Trump, um cromo acossado internamente. Paulatinamente, estão a conseguir levar a água ao seu moinho.
Só se fosse um maquiavélico com tendências suicidas -- fórmula contraditória --, Assad, com o controlo militar absoluto, cometeria a estupidez de lançar um ataque com armas químicas contra um alvo confinado e impossibilitado de sair do buraco onde se meteu, sem outra saída a não a escalada e alastramento do conflito...
Tenho a convicção, desde o primeiro ataque com essas armas, ainda no tempo de Obama, que tal foi, e é, perpetrado, ou de dentro (a chamada oposição síria está infestada pelo fundamentalismo islâmico, -- é ouvi-los com o alahu-aqbar), ou de fora (israelitas e/ou sauditas) -- ou dentro e fora.
Os lacraus que puxam os cordelinhos não hesitam, mesmo com o risco de, no final, também eles perecerem -- está na sua natureza.
No meio de tudo isto, duas indignidades maiores: as vítimas dos ataques químicos, carne para canhão literal, sacrificadas à guerra de propaganda e contrainformação, e a inominável traição aos curdos.
Só se fosse um maquiavélico com tendências suicidas -- fórmula contraditória --, Assad, com o controlo militar absoluto, cometeria a estupidez de lançar um ataque com armas químicas contra um alvo confinado e impossibilitado de sair do buraco onde se meteu, sem outra saída a não a escalada e alastramento do conflito...
Tenho a convicção, desde o primeiro ataque com essas armas, ainda no tempo de Obama, que tal foi, e é, perpetrado, ou de dentro (a chamada oposição síria está infestada pelo fundamentalismo islâmico, -- é ouvi-los com o alahu-aqbar), ou de fora (israelitas e/ou sauditas) -- ou dentro e fora.
Os lacraus que puxam os cordelinhos não hesitam, mesmo com o risco de, no final, também eles perecerem -- está na sua natureza.
No meio de tudo isto, duas indignidades maiores: as vítimas dos ataques químicos, carne para canhão literal, sacrificadas à guerra de propaganda e contrainformação, e a inominável traição aos curdos.
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«Uma nuvem desce da serra: arrastam-se os rolos pelas encostas pedregosas e depois as baforadas espessas abafam de todo a vila.» Raul Brandão, A Farsa (1903)
«É um pobre -- é um pobre de pedir --, é um fantasma.» Raul Brandão, O Pobre de Pedir (póstumo, 1931)
«Minha mãe veio ainda à igreja, pela madrugada, ver-me partir; mas sentindo-me tão distante como se eu fosse preso, como se eu já pertencesse a um mundo que não era o seu -- mal me falou.» Vergílio Ferreira, Manhã Submersa (1954)
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segunda-feira, abril 09, 2018
«A noite é bem o prolongamento do dia que não satisfez.» José de Almada Negreiros, «Cabaret», Poemas (póstumo, 2001)
«A ti, que tanta vez -- em túnica de neve -- / Roças por minha febre a trança de veludo, / E sinto, mansamente, o passo aéreo e leve, / À lâmpada do Estudo...» Gomes Leal, «À memória de minha irmã», A Mulher de Luto (1902)
«Acorde místico e divino, / Murmúrio lânguido de prece, / É como um som azul e branco, harpa e violino, / A tua voz que me adormece.» António Feijó, «Aquela que veio tarde», Ilha dos Amores (1897)
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domingo, abril 08, 2018
sábado, abril 07, 2018
sexta-feira, abril 06, 2018
«Nem a sopa da Assistência o evitava, bem se pode dizer: as bocas famintas, senhor, eram às dezenas de milhar.» Manuel Ferreira, Hora di Bai (1962)
«Mal sentem esse cheiro a terra que todos os anos desce dos contrafortes dos Gates e percorre o mesmo caminho dos rios e das pequenas cordilheiras até chegar às planícies mais baixas, os búfalos sabem que novamente a terra os espera.» Orlando da Costa, O Signo da Ira (1962)
«Já o passado fica muito longe, já as figuras de apagadas mal se distinguem e ainda a poeira de sonho teima lá no fundo...» Raul Brandão, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore (1926)
«Mal sentem esse cheiro a terra que todos os anos desce dos contrafortes dos Gates e percorre o mesmo caminho dos rios e das pequenas cordilheiras até chegar às planícies mais baixas, os búfalos sabem que novamente a terra os espera.» Orlando da Costa, O Signo da Ira (1962)
«Já o passado fica muito longe, já as figuras de apagadas mal se distinguem e ainda a poeira de sonho teima lá no fundo...» Raul Brandão, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore (1926)
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Lula: toda a resistência é legítima, toda a acção directa está justificada
A prisão de Lula, ditada pela plutocracia brasileira é, entre outras coisas grotescas e criminosas, um ataque ao povo do Brasil. Por isso, toda a resistência é legítima e toda a acção directa está justificada contra a máfia que controla o país: do "vampiro de Brasília (E. Nepomuceno dixit, com graça), ao chefe do Estado Maior, passando pela indignidade dos juízes do Supremo, e sem falar dos inefáveis "parlamentares", ao pé da maioria dos quais o Tiririca brilha.
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quinta-feira, abril 05, 2018
«Sobe, não como outrora impelido / por remos nem por vento, / mas sim a poder de combustões.» A. M. Pires Cabral, «Um barco sobe o rio», Douro: Pizzicato e Chula (2004)
«A poesia que foi tudo, é quase nada, / se não cura, não faz pão, não tira nódoas / do tecido social.» José Miguel Silva, «What use?», Walkmen (2007)
«Nasceu do chão do suor como um pomposo / cogumelo, e dele prosperou.» A. M. Pires Cabral, «Solar em ruínas», Douro: Pizzicato e Chula (2004)
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quarta-feira, abril 04, 2018
«Escrever, tecer um anel / em redor das coisas» Fernando Jorge Fabião, Na Orla da Tinta (2001)
«só os vendedores de soutiens / trabalham e vivem da mama» Dick Hard, «O vendedor de soutiens», De Boas Erecções Está o Inferno Cheio (2004)
«Apenas digo nomes: tudo existe / muito senhor de si, / tudo existe insolente, / independente.» Pedro Tamen, «Linneu» Analogia e Dedos (2006)
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