O grande crítico e historiador brasileiro Wilson Martins, saiu-se certa vez (1979) com esta fórmula extraordinária, a propósito dos romances de Jorge Amado (então a caminho dos 50 anos de vida literária): o escritor teria romances bons e romances maus; os maus eram péssimos, e os bons, excelentes.
[Lembra-me aquele saída do Marcelo Caetano arguindo uma dissertação em Direito: "a sua tese tem coisas boas e coisas originais: as boas não são originais, e as originais não são boas"]
Voltando a Wilson e a Jorge: eu terei lido cerca de dois terços, ou mais, da obra dele; creio que não passei os olhos por nenhuma ficção da década de setenta em diante, porque não calhou. Não me lembro de ter lido nada péssimo, sequer mau, nem O País do Carnaval (1931), tinha o seu autor dezanove anos; mas acredito que possa haver coisas mesmo más em tão longo período.
Ao contrário, do excelente na sua obra: Mar Morto (1936), Terras do Sem Fim (1943), Gabriela, Cravo e Canela (1958), Tenda dos Milagres (1969).
Quem dera, ó deus, quem dera...
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