«Tudo que se chamava a vida, feita de hábitos, de banalidades, de alegrias e de dissabores, de alguns afectos profundos, de muitos afectos ligeiros, dum ou doutro acto nobre, de tanto acto estouvado, de tanto dinheiro desbaratado e de tanta precisão de dinheiro, das injustiças com a mulher e dos arrependimentos, das discussões do Martinho, das noites do Maxim's ou da roleta do Estoril, das escapadelas com a Maria da Graça (inspecções à província em que a mulher fingia acreditar) -- tudo que se chamava vida, feita de tumulto, de fachada, de subterfúgios embora, mas que para ele findara no dia em que sobre o seu vulto amarfanhado se haviam fechado as portas daquela prisão.»
Joaquim Paço d'Arcos, Ana Paula (1938)
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