Considerando a monotonia e consequente insipidez da vida, acabaríamos por a considerar insuportavelmente entediante ao fim de um considerável período de tempo, se não fosse o contínuo progresso dos conhecimentos e do discernimento intuitivo, e a aquisição de um entendimento ainda melhor e mais claro de todas as coisas, o que, em parte, é fruto da experiência, e em parte resultante das mudanças que nós próprios sofremos no decurso das diferentes fases da vida, devido às quais os nossos pontos de vista estão, até certo ponto, a ser continuamente modificados, e as coisas nos revelam facetas que desconhecíamos. Desta forma, apesar do declínio dos nossos poderes mentais, dies diem nocet [o dia ensina o dia] continua a ser incessantemente verdade, dando à vida um fascínio sempre renovado, segundo o qual aquilo que é idêntico parece ser algo novo e diferente. Arthur Schopenhauer
Aforismos (tradução de Alexandra Tavares)
4 comentários:
tá mta gente a precisar de ler isto
Ler e interiorizar.
Excelente!
O Schopenhauer conseguia ser magnífico, como aqui fica exposto, com esta constatação do verdadeiro anti-tédio.
Obrigada, RAA :)
Foi um prazer, Ana Paula :|
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