quarta-feira, maio 05, 2010

caderninho

Considerando a monotonia e consequente insipidez da vida, acabaríamos por a considerar insuportavelmente entediante ao fim de um considerável período de tempo, se não fosse o contínuo progresso dos conhecimentos e do discernimento intuitivo, e a aquisição de um entendimento ainda melhor e mais claro de todas as coisas, o que, em parte, é fruto da experiência, e em parte resultante das mudanças que nós próprios sofremos no decurso das diferentes fases da vida, devido às quais os nossos pontos de vista estão, até certo ponto, a ser continuamente modificados, e as coisas nos revelam facetas que desconhecíamos. Desta forma, apesar do declínio dos nossos poderes mentais, dies diem nocet [o dia ensina o dia] continua a ser incessantemente verdade, dando à vida um fascínio sempre renovado, segundo o qual aquilo que é idêntico parece ser algo novo e diferente. Arthur Schopenhauer
Aforismos (tradução de Alexandra Tavares)

4 comentários:

Mónica disse...

tá mta gente a precisar de ler isto

Ricardo António Alves disse...

Ler e interiorizar.

Ana Paula Sena disse...

Excelente!

O Schopenhauer conseguia ser magnífico, como aqui fica exposto, com esta constatação do verdadeiro anti-tédio.

Obrigada, RAA :)

Ricardo António Alves disse...

Foi um prazer, Ana Paula :|