Branquinho da Fonseca -- Posso fazer algumas economias e, durante o mês de licença que o Ministério me dá todos os anos, poderia ir ao estrangeiro. Mas não vou. Não posso. Durante esse mês quero estar quieto, parado, preciso de estar o mais parado possível. Acordar todas essas trinta manhãs no meu quarto! Ver durante trinta dias seguidos a mesma rua! Ir ao mesmo café, encontrar as mesmas pessoas!... Se soubessem como é bom!... Como dá uma calma interior e como as ideias adquirem continuidade e nitidez! -- O Barão (1940)
Manuel da Fonseca -- Estão ambas junto da lareira apagada, sentadas nos mochos, sumidas nos vestidos pretos. Em redor, sombras espessas diluem as paredes e os recantos numa só mancha circular. Apenas as cantarias da lareira, batidas pela lua que vem da porta, se salientam aprumadas. -- Seara de Vento (1958)
Dinis Machado -- «É óbvio», disse Mister DeLuxe, «não estou a falar dos burriés, estou a falar das idiossincrasias de Molero». Debruçou-se sobre a secretária e virou uma folha do calendário de mesa. -- O que Diz Molero (1977)
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happy everday
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