Faz hoje 150 anos que o genial Rafael Bordalo Pinheiro criou o Zé Povinho, caricatura do povo português, que ficou sem o que fazer depois da independência do Brasil. Gonçalo Mendes Ramires bem sugeriu África como remédio para a apatia, mas já era tarde. Bordalo pertencia a essa Geração de 70, a mais crítica da nossa contemporaneidade -- Santo Antero, papá Eça, avô Ramalho, tio Joaquim Pedro, philosophe...
Queriam-nos mais europeus, sem deixarmos de ser portugueses. Os mais expeditos, ambiciosos, aventureiros emigraram; os outros ficaram, agarrados à enxada. Salazar ajudou bastante, até que, faz hoje quarenta anos, Mário Soares assinou a nossa inevitável adesão à CEE, no claustro dos Jerónimos
Imagem magnífica a da cerimónia no vetusto monumento doutras eras, e também túmulo do venturoso Manuel I: o que éramos e o que queríamos ser. Numa geração, passámos da enxada ao 5G.
Como escreveu o Almada Negreiros, "Coragem portugueses", etc.
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Rui Ochôa |
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