quinta-feira, março 21, 2024

serviço público: abismos que envergonham

Eu não sei se António Costa é sonso, ignorante, leviano, oportunista ou um pouco de tudo isto ao mesmo tempo, após ler as suas declarações transcritas pelo simpático Observador. O vazio, o disparate, a ruminação são impressionantes. Não há nada de novo, todo o palavreado é baço, próprio dum triste catavento. (Uma espécie de Marcelo com arremedos de solenidade).

Que falta de tudo... Nem com o Lula à mão, e já agora com um ramalhete de países africanos e um presidente lusófono Prémio Nobel da Paz, Ramos Horta, que foi também um grande diplomata... A sua indigência estratégica e diplomática é confrangedora (e o que aí vem, também não se anuncia melhor...). 

Sustenta Costa, a certo passo que nem toda a extrema direita é pró-Putin (sim, a pragmática Meloni; o Ventura não conta, por que o Ventura é tudo e o seu contrário, nunca pode ser levado a sério). 

Mas nem toda a esquerda (ou melhor, "esquerda"? -- mas que raio de esquerda  representa o Costa, para além do palavreado inclusivo?); mas nem toda a esquerda alinha com a CIA e o Pentágono.

Viriato Soromenho Marques é um intelectual de esquerda, sabe pensar; e, como não é um polítiqueiro a fazer pela vida, é também uma das vozes (poucas) que se distingue da impreparação e da pobreza conceptual do palavrório, emanadas com mau hálito, aqui no rectângulo e alhures.

Quando lemos Costa, o que vemos? Um tagarela. Ao contrário, leia-se a coluna de Viriato S. M. nos dois números passados do JL, 23-II e 6-III, «A nova catástrofe europeia», e veja-se o que é problematizar para além dos slogans vazios. Mais simples: veja-se o que é ter noção do que se está a passar. 

É fácil estar na Nato e ter uma posição crítica? Claro que não é; por isso, o que deveria haver era grande ponderação e profundidade de análise. Para picaretas, já temos as dianas, os germanos, os isidros, , os poejos, as sónias,  e até o serafim saudade do jornalismo.


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