segunda-feira, agosto 21, 2023

como tudo está interessante no Níger

O Níger, as reservas de urânio e o pontapé no cu dos franceses, uma tendência na antiga África gaulesa, e que bem feito! Macron,  boneco de pim-pam-pum, doméstico e internacional (Meloni, pô-lo ko, com pundonor).

Os russos, claro, aproveitam; os americanos, com bases a sul, estão prudentes; quem mandam, porém, para defender os seus interesses? Victoria Nula(nd), famigerado estafermo do golpe de estado na Ucrânia em 2014, humilhada agora em Niamei. (Ver, aqui, O Velho General .) A estupidez dos neocons é sem limites.

O clima aquece mesmo no Sahel: a França não vai querer largar o osso, mas não tem capacidade para sustentar uma guerra ali; os Estados Unidos se não contiverem os danos, vão avançar com os europeus dos costume na defesa da democracy no Níger, até aos últimos africanos dos países a cujos líderes pagam. Porém, a influencia da Rússia (sem falar da China, a assistir) é cada vez maior, felizmente; e a Argélia, cujas forças armadas não são nada despiciendas, já avisou que não vai tolerar uma intervenção armada dos países africanos a soldo do Ocidente. Talvez por isso, a Nigéria, com o maior exército da região, já terá recuado.

Uma nota para Cabo Verde, cujo PR, José Maria Neves, descartou apoiar a veleidade de uma intervenção armada no Níger (na defesa dos interesses franceses, acrescento eu). Chama-se a isso ter dignidade, além de finura diplomática. Um exemplo, incluindo para Portugal, na guerra da Ucrânia.

PS - O Níger, tal como a Ucrânia, é um território onde os impérios se guerreiam, algo que uns quantos indigentes professores e comentadores das relações internacionais ainda não perceberam.


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