terça-feira, agosto 29, 2023

antologia improvável #498 - José Emílio-Nelson

 

DO VENTO, A COLEIRA


Rejubilava afónico.

Que colhões rosa, os do cão.

A cabriolar, voltear, rodopiar, a gingar aqui na esplanada.

Mais um gole de café, guloseimas, cuspida no jornal e vaidade de sobra.

Ata-o pela coleira à cadeira, o vento arrasta os pêlos.

E como fica nuzinho. (Oh, Brontë. Que coisa negra, venham ver.)

Os gracejos lascivos não o afectam.

A Festa do Asno (2005)

Sem comentários: