Anarquista, geógrafo emérito, príncipe, revolucionário preso e exilado, Piotr Kropótkin (9.XII.1942-21-II-1921) é uma das grandes vozes históricas das doutrinas acratas. O seu comunismo libertário, desde sempre oposto ao comunismo autoritário (ou totalitário), baseia-se na livre cooperação, ciente, como todos os anarquistas, de que tal só é possível à escala comunitária e na supressão do Estado e dos seus mecanismos de repressão. Kropótkin representa e encara o ser humano no melhor que ele tem, por isso os fundamentos da sua doutrina são não apenas a liberdade anti-autoritária e a cooperação mútua, mas também o amor.
Com influência notória nos círculos anarquistas portugueses, incluindo o talvez mais importante doutrinário, Neno Vasco (1878-1920), A Conquista do Pão (1892) foi traduzida por Manuel Ribeiro (1878-1941), o romancista de A Catedral; porém, na nossa literatura, o escritor em cujos romances essas mundividência teve maior alcance foi Ferreira de Castro (1898-1974).
Em tempo: uma editora das Astúrias apresanta hoje uma tradução da última obra de Kropótkin, póstuma e inacabada: Ética: origem e Desenvolvimento
(daqui)
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