Rocha-Santos: Um equilíbrio ao longo do debate que terminou com uma série de estocadas mortíferas de Rui Rocha (TAP, CP, habitação), que revela um instinto matador, e Pedro Nuno Santos em nítida dificuldade (só estou a falar da performance).
Real-Ventura - Um reencontro, com Inês Sousa Real em baixa condição física, prejudicando-lhe o tiro bem ensaiado: o número de propostas (zero) aprovadas na legislatura, por parte de "Ventura e os seus doze deputados". A razão: os projectos estavam mal feitos.
Raimundo-Real - Foi um tomar chá entre duas pessoas bem educadas, que nem a questão das touradas perturbou.
Montenegro-Mortágua - Mariana Mortágua muito bem, grande desenvoltura; Montenegro, melhor do que eu estava à espera.
Rocha-Ventura - Não é fácil debater com vendedores de banha da cobra. A frase de Ventura ("A IL só sabe privatizar e despedir."), repetida várias vezes, deve causar um bom efeito no seu eleitorado. Rocha muito bem na questão dos imigrantes -- mesmo depois daquele exemplo criminosamente boçal sobre a pena a aplicar quando um imigrante violasse uma criança... A certa altura Rocha encolhe os ombros, como a dizer que não vale apena argumentar com o bazófias. Na verdade, dirigem-se a dois eleitorados diferentes.
Rocha-Tavares - Nalguns casos, mais próximos do que parecem (A vida não é só economia). Dois bons momentos: Tavares quando, em tom épico, disse querer ver os utentes de cara levantada quando entram no SNS, sejam ricos ou pobres; Rocha, quando o oponente falou nos custos sofridos pelos portugueses para salvar a banca, ao que este responde: "Não tenho nada que ver com isso." -- ou seja se é para falir, é para falir: meu deus: BPN, BPP, BES, que escumalha, aqueles conselhos de administração, bem vestidos, bem penteados, bem perfumados, bem bandalhos.
Um episódio à margem: o Expresso tem à frente uma série de pacóvios que se atribuem o direito de eliminar partidos ou dirigentes das suas promoções. A imagem relativa aos debates, em que Paulo Raimundo, do PCP, não aparece, é das coisas mais nauseabundas que já vi. Como digo há muito, eu não compro o pasquim há décadas, apesar de lá escrever um ou outro colunista que aprecio, em especial Miguel Sousa Tavares. Lembro-me de há uns bons anos, num canal infantil que os meus filhos viam, dum separador autopromocional em que um rapazinho falava e arrotava ao mesmo tempo. A voz-off perguntava: 'Porque faz ele isto?' E a resposta era: 'Porque posso...' Assim o Expresso e os insignificantes que mandam nele: peidam-se com estrépito miasmático à frente de todos. Porquê? Porque podem, e não têm vergonha naquelas carinhas (é olhar...)
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