Salamina, Lepanto, Trafalgar, nomes que ligamos imediatamente a batalhas navais decisivas na História. A maior de todas, pelos meio e homens envolvidos parece ter sido a Batalha da Jutlândia, durante a Grande Guerra, ocorrida no Mar do Norte. entre 31 de Maio e 1 de Junho de 1916, envolvendo as armadas britânica e alemã.
Esta BD de Jean-Yves Delitte (Bruxelas, 1863) não é propriamente a história desta batalha de proporções épicas e decisiva para as marinhas de ambos os impérios -- para isso, há uma contextualização completa e ilustrada em apêndice -- mas antes o relato particular de duas histórias humanas, postas em situação no antes e durante a batalha, tornando a narrativa mais próxima, pelo que representa de sacrifício, e não um relato para-historiográfico de factos e números. É o caso do comandante Thomas P. Bonham, que apenas regressado de uma missão se despede da mulher e da filha para o que seria um exercício de rotina; ou o jovem Erik (ou Eric, como insiste o pai em escrever) habitante do Mosela, território alemão desde a Guerra Franco-Prussiana, que tem o sonho de ser piloto de guerra, mas será recrutado para a marinha.
Pintor oficial da marinha belga, apaixonado pela história naval (atente-se na assinatura) Delitte é também um esplêndido quadrinista, cujos começos remontam ainda à extinta e histórica revista Tintin. Além do argumento seguro, o traço rugoso evoca os de Hermann (Bernard Prince, Comanche, etc.) ou Franz (Lester Cockney) .
Jean-Yves Delitte, Jutlândia
colecção "As Grandes Batalhas Navais"
edição: Gradiva, Lisboa, 2023
agradeço à Gradiva o envio do livro
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