quarta-feira, julho 20, 2022

Jafar Panahi

 Não diabolizo o Irão, mas o facto é que não gosto de padres na política, a não ser quando estão ao lado do povo para combater ditaduras, coisa que raramente sucede. A Teologia da Libertação na Igreja Católica é muito mal vista. O João Paulo II preocupava-se muito mais com ela que com a pedofilia ou as traficâncias do Vaticano no mundo da finaça.

No caso destes meninos aiatolas, foram os patifes dos americanos (sempre eles) quem lhes deu o gás todo nos anos 50, para o derrube do Mossadegh, e em '79 eles aí estavam no poder.

(Parênteses: este americanos foram sempre tão estúpidos: alimentaram os aiatolas, os mujaidines, empurraram Cuba e os sandinistas para os braços da União Soviética; uns bojardeiros, exactamente como hoje, com os idiotas domésticos a defendê-los)

Claro que o Irão é um apoiante da Rússia, está portanto do lado certo -- ou menos errado, se quiserem. Mas não podemos em nome disso fechar os olhos àqueles igualmente patifes dos aiatolas (muito menos, porém, do que a tralha do Golfo) 

O cinema iraniano, se não é o melhor do mundo é de longe do melhor que tenho visto nos últimos anos, e Jafar Panahi é um dos seus grandes nomes. Está a arriscar seis anos de cadeia por delito de opinião. Por mim, podem conspirar à vontade para derrubar os aiatolas.

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