sábado, fevereiro 26, 2022

milhões, reconstituições, provocações

1. Milhões.  Seiscentos milhões de dólares em armamento vendidos pelos Estados Unidos à Ucrânia, afirmou o major-general Raul Cunha, no telejornal das nove horas da RTP3, entre outras coisas esplêndidas de se ouvir. No mesmo canal, mais tarde, o jornalista Miguel Szymansky fala em cinco mil milhões de dólares ($5.000.000.000) que a Ucrânia pagou a países como os Estados Unidos, a França e já não me lembro quantos mais na aquisição de armamento -- certamente alimentando expectativas de uma integração na NATO. Isto poderia explicar a reacção descabelada da aliança e também da UE, lamentavelmente, no que pode parecer má consciência, se estes abutres tivessem consciência.

2. Reconstituições. A última idiotice veiculada pelo inenarrável Biden é a de que a Rússia pretende reconstituir a União Soviética. Sem mais nem menos. Que eles são ignorantes e superficiais, é um facto; rapaces também. Reconstituir a URSS, está-se mesmo a ver. O melhor era ter começado logo pelos estados bálticos, poupava-se tempo e começava-se já a III Guerra Mundial.

3. Provocações. A NATO convidou a Finlândia e a Suécia a participar na reunião de líderes; dois países neutrais. A Finlândia depois de derrotar os soviéticos no Inverno de 1940 conseguiu negociar um estatuto de neutralidade e ser deixada em paz. Foi assim que atravessou toda a Guerra Fria, livre e próspera. Como a situação não é suficiente complicada, toca a adensá-la. Brilhante. 

2 comentários:

Bmonteiro disse...

Já tinha notado o equilibrio das opiniões do Raul Cunha.
Perante a saraivada de especialistas de tudo e de nada, que campeiam nas TV, a fazer valer a superfície das coisas, restam poucos com saber e coragem para chamar os bois pelos nomes.

R. disse...

Obrigado pelas suas palavras.
Na verdade, manter o equilíbrio desde que de boa fé não é fácil quando se é apenas um observador. É claro que a maioria das pessoas não dispõe de instrumentos para analisar isto para lá do imediato.
Uma horrível tragédia para o povo ucraniano, o que é mais uma razão para não contemporizar.