terça-feira, fevereiro 22, 2022

a arte de começar

 «José das Dornas era um lavrador abastado, sadio e de uma feliz disposição de génio, que tudo levava a rir, mas desse rir natural, sincero e despreocupado, que lhe fazia bem, e não rir dos Demócritos, de todos os tempos -- rir céptico, forçado, desconsolador, que é mil vezes pior do que o chorar.»

Júlio Dinis (1839-1871), As Pupilas do Senhor Reitor (1867)

3 comentários:

APS disse...

Quanto a inícios, eu elegeria "Cenas Contemporâneas", de Camilo: "Os meus amigos de certo não sabem o que é caçar coelhos na neve?
Não admira." (...)

Bom dia!

PNLima disse...

Gosto tanto de Júlio Dinis.
E concordo, rir tem que ser sincero e natural, cada vez mais!
Um dos que li em miúda, num livro pequenito e com ilustrações e mais tarde reli em edição Circulo dos Leitores.
Boa tarde

R. disse...

APS, notável de facto. Obrigado

O Júlio Dinis é enorme nos quatro romances que deixou. O José Régio escreveu que se ele n~ºao tivesse morrido tão novo (não chegou a completar 32) teria estado ao nível do Camilo e do Eça. Eu sou tentado a achar que ele era melhor romancista do que os outros. Não sei, teria de pensar. Mas que é magnífico, é.