quarta-feira, novembro 20, 2019

o génio de José Mário Branco: a transgressão na tradição, ou vice-versa

transformar a banalidade em brilho. Sempre foi assim (embora por vezes também fosse um chato, um chato genial, vamos lá). Detestara o fado por más razões. (Então o fado não é o nosso blues?...) Até que se encontrou com ele: 2 fados 2 no Ser Solidário, grandes fados. E depois de o encontrar, faz o Camané, faz isto, com a maravilhosa Katia Guerreiro. E isto é revelador de uma segurança, de um conhecimento profundo, de um amor à música, e neste caso ao fado, que é o que lhe permite a transgressão, ou seja, o avanço, ou seja, o progresso, ou seja, a revolução. Sempre coerente.

2 comentários:

sincera-mente disse...

É sempre assim: morre um homem e descobrimos, finalmente, quem ele era verdadeiramente. Refiro-me a mim, como é óbvio... Tinha-me ficado pelos anos de setenta e oitenta...

R. disse...

É um marco, embora, para mim, o maior 'cantautor' (não gosto da palavra) depois do José Afonso seja o Sérgio Godinho. Creio que o José Mário Branco se deixou estagnar, embora sempre com um nível acima da média.
Como produtor e arranjador, era um génio, um homem que magnificava a música, sua e dos outros. Fê-lo, por exemplo, com o José Afonso ou com o Camané. Este fado da Katia Guerreiro é bem ilustrativo desse arrojo.