terça-feira, outubro 09, 2018

nótulas de diversão sobre o caso de extorsão a Cristiano Ronaldo

Estamos a assistir, em directo e a cores, a uma despudorada tentativa de extorsão por parte de um escroque que exerce advocacia, com a conivência ou a passividade (ou mesmo manipulação, quem sabe?) da senhora que há nove anos se cruzou com Cristiano Ronaldo, alimentada, claro, pelo Spiegel (o 'Espelho'...) e pelo jurnalismo de reputagem global.
Não vou fazer minha a vox pop que me tem saído ao caminho: do desculpabilizante "aquilo foi excesso de aquecimento [exercido pela senhora, note-se], e o homem não se aguentou" (empregada duma tabacaria); ou o avinhado "só passados nove anos é que passou a doer-lhe o cu!" (empregado dum café de bairro). Por outro lado, também não vou dar à senhora outra dignidade que não seja aquela que lhe é intrínseca como ser humano -- mesmo que a própria possa, eventualmente, não ter dela consciência --, tornando-a símbolo das vítimas de opressão, uma nova Kathryn Eufémia sucumbente ao machismo dominante, convenhamos.
Para já, parece ser a palavra de um contra a de outro: a senhora diz que foi abusada ou violada, Cristiano Ronaldo diz que não. Vale mais a palavra de um do que a de outro? Poderia dizer que não, se não tivesse havido já uma transacção financeira avultada em favor da senhora. Perante a mais do que evidente escroqueria, dou mais valor à palavra de Ronaldo, apesar de rico e poderoso, do que à da alegada vítima.
Mas vamos admitir que Cristiano Ronaldo foi um  patife, pois uma penetração exercida contra vontade qualifica um pulha. Houve um acordo entre advogados, a senhora foi indemnizada, duplamente bem indemnizada, e a história acabou ali. O mais só tem o nome de extorsão, como qualquer pessoa percebe. A não ser que os savonarolas cá da Parvónia defendam que Ronaldo deva pagar mais, e ainda outra vez, ou talvez ser extraditado para a america (pronunciar com sotaque), e, porque não?, até a uma sentençazinha a prisão perpétua...
Repare-se que não faço qualquer juízo de valor sobre a decisão de a senhora ter subido ao quarto, era o que me faltava. Cada indivíduo é livre de ter o sexo que quiser, com quem quiser, como quiser, a pagar ou de borla; já não é livre de arrecadar umas coroas valentes e passados uns anos querer mais, à boleia do ar do tempo.


(Agora a brincar: pode aqui até dar-se o caso de um erro de percepção mútua. E se Ronaldo era, aos 23 anos um incompetente na matéria? (tem-se visto); se o rapaz pensava que era só entrar por ali adentro, à Largadère? Ah pois... )

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