«Dominação e exploração são palavras boas para definir a consequência do nascimento da colônia imperial do Pau Brasil, cor fogoembraza no imenso verde da mata virgem, "primitiva" como reza a História oficial branca.» James Anhanguera, Corações Futuristas (1978)
«Enquanto voltava costas, para se sentar sobre uma caixa vazia, junto da bomba de gasolina, Lonnie sentia um desejo irresistível de ter tão pouco medo de Arch Gunnard como Clem.» Erskine Caldwell, «Ajoelhai ante o sol nascente», Antologia do Conto Moderno (1960) (tradução de Manuel Barbosa)
«Visto que depois da morte só o nada existe e a terra tudo traga -- um buraco e alguns punhados de desprezível cisco -- o mundo divide-se logicamente em dois largos campos: nos que, cépticos, sem preconceitos, frios como lâminas, secos como pedras, conquistam, mandam e dominam, com o código por consciência e a quem tudo na terra é permitido -- calcar, mentir, triunfar enfim -- contanto que se fique dentro dos limites duma coisa honrosa a que por convenção se chama a honra, isto é fora da cadeia; e nos pobres, explorados e simples, ainda ignorantes, crendo numa vida eterna, que lhes pague a dor de virem ao mundo só para chorar, fartos de miséria e gritos, fartos de fome e desilusão, caminhando como um rebanho, gasto e suado, por este vale de lágrimas e de quem os outros se riem às escâncaras.» Raul Brandão, O Padre (1901)
quinta-feira, outubro 18, 2018
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2 comentários:
Gosto muito de ler estes posts, a que tomo a liberdade de chamar antologia das letras. E aqui surge um dos escritores de que mais gosto, Erskine Caldwell e uma pelo trecho de Raul Brandão.
Bom domingo!
Ainda bem, caríssimo, a mim dá-me imenso gozo transcrevê-los para aqui...
Abraço
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