«O quarto, sufocante e caótico, que servia ao mesmo tempo de quarto de dormir e de laboratório, mal começava a iluminar-se com o resplendor do amanhecer na janela aberta, mas bastava essa luz para reconhecer imediatamente a autoridade da morte.» Gabriel García Márquez, O Amor nos Tempos de Cólera (1985) (tradução de Margarida Santiago)
«Enquanto ele dormia pela tarde fora -- acabara o longo turno da noite às oito horas daquela manhã --, o Apollo ancorara a meia milha da costa de Brooklyn, presumivelmente para a professora Summers e os membros científicos da expedição terem tempo de analisar a atmosfera.» J. G. Ballard, Olá, América! (1981) (tradução de Fernanda Pinto Rodrigues)
«Por entre as árvores corriam os escravos da cozinha , espavoridos e quase nus; as gazelas saltavam na relva balindo; era a hora do pôr-do-sol e o perfume dos limoeiros tornava ainda mais pesada a exalação de toda esta gente suada.» Gustave Flaubert, Salammbô (1862) (tradutor anónimo)
4 comentários:
Gostei, Ricardo.
O meu amigo tem o dom da precisão. Nem sempre concordo, mas delicio-me sempre com a argúcia e elegância da sua análise!
Abraço.
FF
Muito obrigado, Fernando! (Presumo que o comentário seja para o post anterior.)
Grande abraço!
Pois era...
Abraço!
Outro!
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