«Pôs pisca para a direita. Ninguém de frente. Ninguém da esquerda. Ninguém da direita. E o semáforo a proibir. "Nesta cidade a vida morre cedo. Nem vale a pena o semáforo. No tempo do colono daqui a bocado eram os aceleras, as luzes das boites, cabarés, as esplanadas a abarrotar de gente, putas por todo o lado, casas com fadistas até era bonito o fado é porreiro mas não é isso porra para o semáforo que comichão é esta nos tomates? O certo é que agora até nem temos guardas-nocturnos e mesmo assim pode-se andar à noite quando é que eu parava assim no Rio de Janeiro?"»
Manuel Rui, Crónica de um Mujimbo (1989)
3 comentários:
Estes excertos dão sempre vontade de ler o resto. Deixam água na boca.
(Em lisboa, não sei por que raio de doença, poucos são os que ainda usam o pisca. Isso é que era doce, dizer aos outros onde vou! Pfff)
É uma forma de não os deixar esquecidos nas prateleiras.
A doença deve ser incivilidade aguda :)
:)
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