«-- Sim, lutadora. Julgas que é fácil ser-se mulher dum oficial da marinha que não tem navios para se fazer ao mar? Julgas que é fácil ser-se mulher de um oficial da marinha que sonha com Índias e Vascos da Gama e que passa as noites a fazer as palavras cruzadas do jornal? Não é nada fácill, amigo Gonçalo, mesmo nada fácil...» Luís de Sttau Monteiro, Angústia para o Jantar (1961)
«Quanto a nós, visitávamos aos domingos os tios que sobravam do naufrágio da família, presos no Forte de Caxias por sabotagem económica, a verem as marés do Tejo a subirem e descerem na muralha entre grades de celas e sovacos de pára-quedistas.» António Lobo Antunes, Auto dos Danados (1985)
«Pensou que levaria em breve o dedo ao gatilho da arma pronta a disparar; que o dedo e o queixo lhe tremiam sem controlo -- e o medo da noite e da morte, o infernal e nocturno medo de morrer, convertera já todo o seu corpo no corpo de um prisioneiro de guerra.» João de Melo, Autópsia de um Mar de Ruínas (1984)
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«O meu ardor não é pelo facto em si. Luís de Camões, fidalgo ou plebeu, cortesão ou homem da rua, Céladon de moças da rainha ou fragoeiro de rascoas, morigerado ou amigo da arruaça -- tudo é pouco à face das 'Rimas' e muito mais dos 'Lusíadas'.»
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões - Fabuloso*Verdadeiro". Ensaio (1950)
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