«Se o corpo mais que a alma sentia / e se todo ele existia / porquê porquê ai porquê / a insatisfação que se sente e não se vê?»
Poemas (1961)
conservador-libertário, uns dias liberal, outros reaccionário. um blogue preguiçoso desde 25 de Março de 2005
Segue-se a norma adoptada em Angola e Moçambique, que é a da ortografia decente.
3 comentários:
«Naquela roça que não tem chuva / é o suor do meu rosto que rega as plantações;»
António Jacinto, "Monangamba" De "Poemas" (1961)
«Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.»
JOSÉ SARAMAGO, "Os Poemas Possíveis" (1966)
O Saramago aos quarenta anos. Mal ele sabia.
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