Politicalho hábil e sem escrúpulos, não por acaso é o primeiro-ministro de Israel que mais tempo esteve no poder, cargo brevemente ocupado tantas vezes por líderes carismáticos com historial, alguns até complicado, de Golda Meir a Menahem Begin, de Ythzak Rabin a Ehud Barak.
Uma das técnicas de condicionamento da opinião pública internacional às crtíticas ao seu papel desastroso à frente de Israel foi o de tentar confundi-las com antissemitismo -- ou seja: criticas o governo de Israel, estás a ser antissemita, logo pões-te do lado dos nazis e até da negregada Inquisição, tornas-te um elo da cadeia histórica de perseguição, dos autos-de-fé às câmaras de gás.
Diga-se que foi uma estratégia com algum sucesso, para os que se deixam condicionar, tendo sempre o auxílio prestimoso de jornalistas analfabetos -- uma característica da espécie.
Entretanto, com os últimos acontecimentos, o ataque de largas dimensões do Hamas, em que a legítima defesa se manchou também com a barbárie ( e não é preciso inventar bebés de capitados e coisas que tais), levanta-se um movimento global de apoio ao povo palestino, até porque nem todos são estúpidos, ou seja: sabem o que é o Hamas, mas sabem também o que tem sido a política do estado israelita, muito em especial a deste primeiro-ministro, aliado à extrema-direita religiosa.
No entanto, condenar a acção do governo de Israel não obriga ninguém a tornar-se mentecapto, atentando contra os judeus e as suas organizações. Quem apoia a Palestina no seu direito à autodeterminação tem de perceber tudo o que está em jogo. A expulsão dos judeus pelo D. Manuel I e a perseguição aos cristãos-novos, que só acabou com o grande Marquês de Pombal, foi um dos maiores crimes e um dos maiores erros da nossa história. Claro que quando se é ignorante, actua-se sem noção. um pouco como os tontinhos que vandalizaram a estátua do padre António Vieira, aliás um dos muitos perseguidos pela Santa Inquisição.
Resumindo: quem vandaliza, além de ser um cretino e um analfabeto está a fazer o jogo do Netanyahu. Para esse peditório não dou; eles de um lado, eu do outro.
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