domingo, novembro 13, 2022

Raimundo, quase música para os meus ouvidos

Não sendo disciplinado e aparelhista, detestando a hierarquia e a autoridade, que não a dada pelo exemplo e pela vida, avesso a catecismos, direi que os fragmentos ouvidos do discurso de Paulo Raimundo, novo secretário-geral do PCP, foi quase música para os meus ouvidos: a caracterização da hiena capitalista, essa que se ri enquanto despedaça carcaças, o desmascarar da politicalha manobrista, do PS ao CDS (não ponho a lepra do Chega no mesmo saco, já a História ensina esse erro fatal), a denúncia do belicismo norte-americano, com a domesticação da UE (também aqui divirjo do PCP, e dou por mais do que justificada -- e até necessária -- a acção da Rússia na Ucrânia, campo de tiro do Pentágono). 

Mas o que me agarrou logo, mal comecei a ouvi-lo -- suponho que pouco passava do início do discurso --, foi a afirmação de que os comunistas lutam por uma sociedade em que as crianças tenham, entre outros, o direito a brincar. Alguém imagina esta pureza vinda do Costa, do Montenegro ou dessa caricatura do liberalismo que dá pelo nome de Cotrim? 

Em tempo: ouvi-o no Telejornal; gostei bastante. Julgo perceber a escolha de Jerónimo

2 comentários:

manuel a. domingos disse...

Não é a escolha do camarada Jerónimo, mas sim do Comité Central.

R. disse...

Bem observado. Baseio-me ono que li na imprensa, mas é obviamente certo que a escolha é colectiva, não querendo com isto menosprezar a eventual influência de Jerónimo na escolha.